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Rotativo do cartão: portabilidade do saldo devedor ainda não é aceita pelos grandes bancos do país


A medida, que entrou em vigor há três meses, permite com que clientes transfiram dívidas do cartão de um banco para outro que lhe ofereça melhores condições de pagamento. A portabilidade do saldo devedor do cartão de crédito foi determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro de 2023 Fecomércio-MT/Divulgação A portabilidade do saldo devedor do cartão de crédito rotativo não está sendo aceita pela maioria dos grandes bancos do Brasil. É o que aponta um levantamento do g1. A medida, que entrou em vigor em 1º de julho deste ano, permite com que clientes transfiram gratuitamente suas dívidas do cartão de um banco para outro que lhe ofereça melhores condições de pagamento. Esse processo deve ser feito de forma gratuita. O g1 procurou as seis maiores instituições financeiras do país para saber como cada uma realiza a portabilidade. Caixa, Nubank e Banco do Brasil afirmaram estar transferindo as dívidas, mas que não aceitam a portabilidade de outras instituições; O Itaú Unibanco foi o único que confirmou receber a portabilidade do saldo devedor do cartão de crédito rotativo, mas não deu detalhes sobre como funciona o processo; O Santander não se pronunciou até a última atualização desta reportagem; Já o Bradesco respondeu, sem dar detalhes do processo: "estamos realizando a portabilidade do crédito rotativo do cartão de acordo com as normas vigentes". A resolução da portabilidade foi determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro do ano passado. O objetivo dela era facilitar o pagamento das dívidas do rotativo do cartão, que é uma das linhas mais caras oferecidas no mercado de crédito. Para se ter ideia, conforme o Banco Central (BC), a taxa média de juros rotativo em agosto deste ano foi de 14,85% no mês, enquanto a do parcelado foi de 9,02%. Segundo o BC, os bancos não são obrigados a aceitar a portabilidade de outras instituições. Isso acontece porque a instituição pode assumir um risco muito alto ao receber o débito de outro banco. Entretanto, a medida que nasceu com o propósito de ser mais uma alternativa de ajuda para quitar as dívidas do rotativo do cartão, pode deixar o consumidor na mão. Sem alternativa nas maiores instituições, os consumidores podem não conseguir taxas de juros mais baixas, por exemplo. (entenda mais abaixo) A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), representante do setor de meios eletrônicos de pagamento no país, respondeu em nota que todos os bancos associados estão fazendo esforços para cumprir as determinações do CMN. "Por se tratar de um processo novo e que, até pouco tempo, suscitava dúvidas quanto à correta implementação, é possível que pequenos ajustes estejam em curso por parte de alguns participantes", explicou a associação. "Todavia, a Abecs tem acompanhado o tema e, até o momento, não existem entraves à execução da portabilidade como regra geral." Nesta reportagem, você vai ver: O que é portabilidade do saldo devedor; Passo a passo de como fazer a portabilidade; Vantagens e pontos de atenção. Cartão de crédito: clientes poderão fazer portabilidade e fatura será mais clara LEIA MAIS Calculadora do rotativo: veja como os juros do cartão de crédito afetam o seu bolso Cartão de crédito rotativo: juros não poderão ultrapassar dívida original; entenda Rotativo do cartão: entenda como o novo limite pode influenciar oferta de crédito e inadimplência O que é portabilidade do saldo devedor A portabilidade do saldo devedor permite que clientes que possuem dívidas no cartão de crédito rotativo transfiram o débito de um banco para outro, que ofereça melhores condições de pagamento e produtos. A medida define que: 1️⃣ A proposta da nova instituição deve ser realizada por meio de uma operação de crédito consolidada, que contemple restruturação da dívida antiga. Isso significa que devem ser levadas em conta as novas condições de pagamento, como prazos, taxas de juros e custos operacionais; 2️⃣ Para garantir transparência e competitividade, a instituição credora original tem o direito de apresentar uma contraproposta ao cliente que deseja fazer a portabilidade. Mas esse plano deve oferecer o mesmo prazo de pagamento que a nova proposta recebida pelo cliente; "Isso garante que o cliente tenha um tempo para poder comparar os custos e condições dos dois bancos. Assim, o consumidor pode tomar uma decisão informada", explica Hugo Garbe, professor de economia do Mackenzie. 3️⃣ A portabilidade do crédito deve ser feita de forma gratuita. A ideia do projeto é que essa segunda instituição pudesse oferecer taxas de juros mais baixas para o consumidor interessado. Dessa forma, ele conseguiria pagar as parcelas, aumentando a possibilidade da quitação da dívida. Acontece que o BC não obriga o recebimento do crédito porque a instituição pode assumir um risco alto ao aceitar o débito de outro banco. Imaginava-se que o banco realizaria uma análise de crédito para verificar se o consumidor possui ou não alguma restrição, mas boa parte está sendo categórica em negar. "No Brasil, nós temos o livre mercado. Então, o governo pode criar regras para o sistema financeiro, mas não pode obrigar os bancos a trabalharem com determinado serviço", ressalta Renata Abalém, diretora jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. O fato de a portabilidade do saldo devedor do rotativo do cartão não estar sendo oferecida pelos bancos pode ser explicado por motivos como: falta de interesse em vender o débito dos clientes; (2) as instituições ainda estarem no processo de implementação; e até (3) falta de demanda dos consumidores. O terceiro motivo pode ser explicado pelo fato de o processo ser difícil de ser entendido pela população endividada. "A maioria dos consumidores que devem no cartão de crédito não tem condição de fazer a portabilidade sozinhos porque é muito difícil comparar a dívida de um banco para outro, entender os juros", analisa Renata Abalém. "Para mudar isso, é preciso que haja mais publicidade sobre o assunto, tanto em nível federal, quanto as próprias instituições financeiras precisam fazer isso." 🤔Se a portabilidade não é aceita pelos bancos, o que fazer para quitar as dívidas do rotativo do cartão? O recomendado é que os consumidores entrem em contato com os Procons de seu município — ou outros órgãos de defesa ao consumidor — para conseguir entender o comportamento das dívidas, verificar se os juros estão com aumentos abusivos e ter um direcionamento do que fazer em relação aos seus diretos: recorrer à Justiça ou buscar negociação com as instituições financeiras. Uma alternativa que sempre é válida: tentar trocar uma dívida cara por outra mais barata. No ato de renegociação com seu banco, o cliente pode procurar linhas de crédito com juros menores que o rotativo, para que o custo total da dívida seja mais baixo. 🤔Qual é a vantagem da portabilidade para os bancos? Na teoria, os bancos podem receber a portabilidade do saldo devedor do rotativo do cartão como uma estratégia para atrair ou fidelizar clientes. Além de menores taxas de juros, essas instituições podem oferecer outros produtos de acordo com o cliente, como investimentos, seguros ou cartão de crédito. Veja como funciona nova regra dos juros do rotativo do cartão de crédito Passo a passo de como fazer a portabilidade Segundo o BC, a solicitação de portabilidade de crédito por parte do cliente pode ser realizada online ou presencial, a depender dos procedimentos oferecidos por cada instituição financeira. Veja abaixo. Primeiro, o cliente deve solicitar informações sobre sua dívida — tais como o saldo devedor, o número de parcelas a vencer e as taxas de juros, por exemplo — na instituição financeira com a qual fez o empréstimo. No caso do rotativo, é a instituição emissora do cartão de crédito. Depois, com essas informações em mãos, ele deve negociar as condições da nova operação com uma instituição financeira interessada em conceder um novo crédito. Com a negociação feita, os recursos obtidos serão destinados a quitar o saldo devedor da operação original. Ou seja, a instituição que vai conceder o novo crédito transfere o dinheiro diretamente para a instituição anterior, quitando a dívida antecipadamente. Os custos relacionados à transferência de recursos não podem ser repassados ao cliente. Além disso, na portabilidade de pessoas físicas há uma restrição: o valor e o prazo da nova operação não podem ser superiores ao valor do saldo devedor e ao prazo restante da operação original. Vale ressaltar também que a instituição que havia concedido o crédito primeiro tem até cinco dias para eventualmente renegociar com seu cliente e oferecer condições mais vantajosas ou enviar as informações necessárias à instituição que está propondo o novo crédito para finalizar o pedido de portabilidade. Caso o cliente desista da portabilidade, ele deve formalizar a desistência com a instituição credora original, que vai comunicar o banco que havia proposto o novo crédito. Em nota, o BC afirmou que a resolução nº 5.057/2022 do CMN determina que as instituições financeiras devem “divulgar a seus clientes as informações necessárias para o exercício do direito à portabilidade, bem como os procedimentos para a sua solicitação, em local e formato visíveis ao público”. Confira abaixo o procedimento adotado pelos bancos procurados pelo g1: ▶️Itaú Unibanco Clientes que queiram transferir a dívida para outra instituição precisam solicitar um Documento Descrito de Crédito (DDC) ao Itaú, por meio da Central de Atendimento de Cartões ou chat no aplicativo. "Após o recebimento, o cliente deverá procurar o banco para o qual deseja transferir o saldo e avaliar as condições oferecidas para realizar a portabilidade. Caso o cliente esteja de acordo, há uma troca de informações entre os bancos para efetuar a transferência do saldo", informa o Itaú em nota. O Itaú foi o único banco contatado pelo g1 que afirmou receber a portabilidade de outras instituições financeiras, mas não deu detalhes sobre como funciona o processo. ▶️Banco do Brasil No Banco do Brasil (BB), o cliente também precisa solicitar o Documento Descritivo de Crédito (DDC) para dar início ao processo da portabilidade. É possível solicitar o documento em uma agência ou via Central de Relacionamento do BB. "Após solicitar o DDC e souber qual o saldo devedor passível de migração, o cliente entra em contato com a instituição para a qual deseja migrar seus saldos, e negocia a portabilidade. Após o acordo, a instituição envia o pedido ao BB via sistema. O Banco autorizará a portabilidade após o pagamento do saldo devedor pela instituição proponente", informa o BB em comunicado. ▶️Caixa e Nubank É o mesmo processo dos bancos anteriores: clientes devem solicitar à Caixa ou ao Nubank o DDC e apresentar os detalhes da operação de crédito para a instituição financeira que pretende transferir o saldo devedor. ▶️Bradesco O Bradesco respondeu sem dar detalhes do processo: "estamos realizando a portabilidade do crédito rotativo do cartão de acordo com as normas vigentes". Dessa forma, também não é possível entender se a instituição está aceitando a portabilidade de outros bancos. ▶️Santander O Santander não respondeu até o fechamento desta reportagem. Vantagens e pontos de atenção A portabilidade do saldo devedor do cartão de crédito rotativo traz — na teoria — a possibilidade de os consumidores conseguirem melhores condições de pagamento, como taxas de juros menores, parcelas com valor mais baixo e até isenção de determinadas taxas. Com isso, a quitação da dívida poderia ser mais acessível. Além disso, conforme o economista Hugo Garbe, alguns bancos poderiam oferecer benefícios extras ao cliente que faz a portabilidade, como programas de recompensas, cashback ou até isenção de anuidade, tornando a migração mais atrativa. Para quem encontrar uma instituição que aceite a portabilidade, Hugo Garbe também explica que o consumidor que deseja transferir crédito não deve ser inadimplente. "Nenhum banco aceita migração de saldo devedor de pessoas que possuam o nome sujo, mas isso não significa que o interessado precise ter uma condição financeira mais alta", ressalta. De acordo com o Banco Central, é fundamental que o cliente solicite o valor do Custo Efetivo Total (CET) com a instituição que está propondo o novo crédito antes mesmo de realizar a portabilidade. O CET corresponde a todas as despesas e encargos incidentes na operação de crédito. Essa, segundo o BC, é a forma mais fácil de comparar os valores cobrados pelas instituições. “Vale verificar também todas as condições do novo contrato, com relação a número de prestações, taxas de juros, tarifas, para confirmar que essa transferência seja realmente vantajosa”, informa o BC em seu site oficial. O BC também alerta que a instituição credora original deve obrigatoriamente informar ao cliente o valor do saldo devedor para quitação antecipada, sempre que lhe for solicitado, além de prestar esclarecimentos solicitados e fornecer ao cliente uma planilha de cálculo que possibilite que ele confira a evolução da sua dívida. “É obrigação da instituição fornecer ao cliente cópia do contrato, no momento da formalização da operação, assim como posteriormente, mediante solicitação”, diz a entidade. Caso a instituição não preste as informações requeridas para realização da portabilidade, o cliente pode recorrer à ouvidoria da instituição financeira ou à do próprio Banco Central.

Concurso dos Correios: além de entregas, o que faz um carteiro?


Cargo tem mais de 3 mil vagas e salário inicial de R$ 2,4 mil. Profissionais recebem capacitação para atingir metas e atuam desde a distribuição até a participação em campanhas promocionais. Carteiro; Correios, concurso Mauricio Prestes da Motta/Divulgação Quando se pensa em um carteiro, provavelmente a imagem que vem à mente é do profissional vestido de amarelo e azul, percorrendo a cidade para fazer entregas. Mas as responsabilidades da profissão vão muito além disso. O novo concurso dos Correios está com 3.099 vagas para agentes dos Correios, o nome formal dos carteiros. O salário inicial é de R$ 2.429,26 e qualquer pessoa que tenha o ensino médio completo pode concorrer às vagas. ✅ Siga o canal do g1 Concursos no WhatsApp Além da remuneração, os aprovados receberão benefícios como vale-alimentação, vale-transporte, auxílio-creche, plano de previdência complementar e plano de saúde. Conforme a descrição do edital, as responsabilidades dos carteiros incluem coletar, receber, triar, conferir, recondicionar, distribuir, anotar, dar baixa e devolver objetos postais, mensagens telegráficas, contratos especiais e outros produtos e serviços da empresa. 📬 As atribuições específicas envolvem ainda: pesquisar, rastrear, identificar e prestar contas dos objetos e documentos sob sua responsabilidade, utilizando equipamentos apropriados e cumprindo normas de segurança. Também é necessário operacionalizar o processo produtivo telemático relativo à distribuição, seguindo padrões e normas estabelecidos. De forma eventual e opcional, os agentes dos Correios podem participar de campanhas promocionais e sociais da empresa, divulgando produtos e serviços, sugerindo oportunidades de negócios e prestando informações sobre programas governamentais e o plano estratégico da empresa. Por fim, os carteiros executam atribuições relativas ao atendimento e vendas em unidades de pequeno porte, sempre seguindo os padrões e normas estabelecidos. LEIA MAIS Concurso dos Correios: veja o passo a passo de como se inscrever Saiba como enviar os documentos para negros, indígenas e PCDs Veja mapa e entenda como funciona a distribuição das 3,5 mil vagas Veja tudo o que se sabe sobre o Concurso dos Correios Correios lançam edital pra mais de 3 mil vagas com salários de até R$ 6 mil Metas e treinamento Assim como os demais funcionários dos Correios, os carteiros têm metas a cumprir. No caso deles, a meta é entregar todas as cartas e encomendas de seu setor no prazo, com os padrões de qualidade sendo estabelecidas e acompanhadas pelo Ministério das Comunicações. Como não é uma tarefa simples, os candidatos aprovados passarão por um treinamento antes de iniciarem as atividades, segundo os Correios. Esse treinamento visa fornecer práticas e métodos padronizados de trabalho, além de informações sobre o funcionamento institucional e o fluxo de trabalho das áreas de negócios e administrativas. A capacitação é coordenada pela Universidade Corporativa Correios. Saiba mais sobre o concurso O novo concurso dos Correios também está ofertando outras 412 para nível superior (cargo analista de Correios), cujo salário inicial é de R$ 6.872,48. As inscrições devem ser feitas até as 23h do dia 28 de outubro. As provas estão previstas para o dia 15 de dezembro e serão aplicadas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, abrangendo até 306 localidades. O prazo de validade do concurso será de um ano, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. Cronograma do concurso 📆 Inscrições: 10/10 até 28/10/2024 Solicitação de inscrição com isenção da taxa: 10/10 até 11/10/2024 Data limite de pagamento das inscrições: 29/10/2024 Convocação para provas: 06/12/2024 Divulgação dos locais de provas: 09/12/2024 Aplicação das provas: 15/12/2024 Veja dicas para estudar para concursos Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso

Domicílio Judicial Eletrônico: o que é o novo sistema obrigatório para MEIs


Ferramenta permite que os empresários acompanhem possíveis citações, intimações e outras comunicações de processos judiciais sem precisar acessar o sistema de cada tribunal. MEIs devem começar a usar o Domicílio Judicial Eletrônico CNJ/Divulgação Todas as empresas do país, inclusive os Microempreendedores Individuais (MEIs), precisam se cadastrar no Domicílio Judicial Eletrônico. 💻 É uma ferramenta on-line e gratuita do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que concentra as comunicações de processos emitidas pelos tribunais brasileiros. Por meio dele, os empresários podem acompanhar possíveis citações, intimações e outras notificações processuais de forma simples e rápida, sem precisar acessar o sistema de cada tribunal. A iniciativa não deve ser confundida com o DET, o Domicílio Eletrônico Trabalhista, que é uma plataforma do governo por meio da qual empregadores recebem comunicados do Ministério do Trabalho. (leia mais aqui) LEIA MAIS Cartão MEI do governo ajuda a organizar finanças, mas pode gerar endividamento, dizem analistas Inicialmente, o CNJ abriu um período para as empresas se cadastrarem voluntariamente no Domicílio Judicial Eletrônico. Agora, esse registro está sendo feito pelo órgão de forma compulsória, automática. Mas isso não significa que não há mais nada a ser feito por parte dos empresários. Todos precisam acessar a plataforma para conferir se os dados cadastrados estão corretos e ficar atentos às notificações. (veja abaixo o passo a passo) ⚠️ É que, a partir do momento em que o cadastro compulsório é feito, o empreendedor é obrigado a responder as comunicações processuais que chegam pelo sistema. Quem não confirmar o recebimento de citações no prazo legal e não justificar a ausência pode receber multa de até 5% do valor da causa, alerta Dorotheo Barbosa Neto, juiz auxiliar da presidência do CNJ. "Serão enviadas pelo Domicílio somente as comunicações que precisam de resposta pessoal, como citações. No decorrer do processo, se o empresário tiver advogado, as demais intimações serão pelo Diário de Justiça Eletrônico, como ocorre normalmente", explica. MEIs devem usar apenas a plataforma federal para emitir notas fiscais Como se cadastrar Os empresários podem conferir neste link se o seu CNPJ já foi registrado no Domicílio Judicial Eletrônico. Mas, independentemente de o cadastro automático já ter sido feito, todos podem acessar a plataforma para atualizar os dados ou mesmo fazer o registro por conta própria, se for o caso. Este é o passo a passo: Acessar domicilio-eletronico.pdpj.jus.br; Fazer login na opção gov.br com seu certificado digital (e-CNPJ); Atualizar seus dados na plataforma; Verificar se há comunicações processuais destinadas ao CNPJ da empresa. Para fazer o cadastro compulsório, o Conselho Nacional de Justiça utiliza os dados do empresário disponíveis na Redesim, a rede de sistemas informatizados que serve para registrar e legalizar negócios no país. Em regra, todas as empresas legalizadas devem estar cadastradas na Redesim, segundo o Ministério do Empreendedorismo, já que o registro nesse sistema ocorre no momento da abertura do negócio nas juntas comerciais. Se, mesmo assim, o empreendedor não tiver registro na rede, o CNJ irá cadastrá-lo no Domicílio com as informações disponíveis na Receita Federal. Além do próprio dono do negócio, demais sócios, administradores e advogados da empresa também podem se cadastrar para receber as notificações na plataforma. Para ajudar os usuários, o Programa Justiça 4.0, criado para aproximar o sistema judiciário brasileiro da sociedade, com novas tecnologias, elaborou um manual, tutoriais em vídeo e até um curso sobre a nova ferramenta. DET será obrigatório para MEIs e empregadores domésticos a partir de agosto Cronograma de adesão Os cadastros no Domicílio Judicial Eletrônico começaram em 2023, para bancos e instituições financeiras. Em março deste ano, a adesão à ferramenta foi liberada para empresas privadas, de todos os tamanhos, inicialmente de forma voluntária. No fim de maio, o prazo para o cadastro voluntário terminou para grandes e médias companhias e, em 7 de agosto, o CNJ começou a registrá-las no sistema compulsoriamente, utilizando dados da Receita Federal. A adesão dos MEIs, micro e pequenas empresas vai funcionar da mesma forma. O prazo para o cadastro voluntário terminou no último dia 30 e, a partir disso, o CNJ já começou a registrar os empreendedores no sistema automaticamente. Grandes e médias empresas sediadas no Rio Grande do Sul também foram colocadas nessa etapa, por causa das fortes chuvas que atingiram o estado em maio. Em outubro, o CNJ pretende começar o cadastro de pessoas jurídicas de direito público (órgãos públicos). Para pessoas físicas, o registro no sistema é opcional. Os tribunais brasileiros têm até o dia 11 de novembro para ajustarem seus sistemas e passarem e enviar todas as comunicações processuais de vista pessoal por meio do Domicílio. Saiba mais sobre obrigações dos MEIs Entenda o novo valor de contribuição mensal dos MEIs em 2024

Apagão: por que crise de energia em Cuba não vem de hoje


Ilha está sofrendo desde a última sexta-feira com apagão; governo promete volta à normalidade entre esta segunda e terça-feira. Pessoas na rua na terceira noite de apagão nacional em Havana. Getty Images via BBC Desde sexta-feira (18), Cuba enfrenta um grande apagão que chegou a deixar cerca de 10 milhões de pessoas — praticamente toda a população — sem energia elétrica. Nesta segunda-feira (21), o governo afirmou que pouco a pouco a situação está sendo resolvida, com 56% da capital, Havana, voltando a ter energia. O ministro de Minas e Energia, Vicente de la O Levy, afirmou que o fornecimento de energia elétrica seria restabelecido para a maioria da população na noite desta segunda. "O último cliente poderá receber o serviço [a volta] na terça-feira", disse o ministro. Na última sexta-feira, a principal central elétrica da ilha falhou e todo o país ficou sem energia. LEIA TAMBÉM Argentina: pobreza dispara e atinge mais da metade da população China aposta em megapacote para alavancar PIB; saiba quais os reflexos para o Brasil Número de super-ricos dispara, e é preciso fortuna ainda maior para se tornar um 'ultrarrico' O fornecimento foi parcialmente restaurado no sábado, até entrar em colapso novamente. Enquanto os cubanos esperam a volta à normalidade, eles estão vendo a comida apodrecer nas geladeiras. “Faz três noites que estamos sem eletricidade e que a nossa comida está apodrecendo. Quatro dias sem eletricidade é um abuso para as crianças”, disse à agência Associated Press (AP) Mary Karla, mãe de três filhos que não quis revelar o sobrenome. Carros passam em frente ao Hotel Nacional, em Havana, com tudo às escuras. Reuters via BBC Sem eletricidade, os fogões elétricos também não funcionam, por isso algumas famílias estão cozinhando com lenha. Somando-se ao desconforto de estar no escuro, em muitas casas o abastecimento de água depende de bombas elétricas, por isso não há como limpar utensílios ou tomar banho. O comércio e as escolas precisaram fechar. Nos últimos dias, houve panelaços em diversos lugares e, em outros, pessoas bloquearam ruas com pilhas de lixo — como em San Miguel del Padrón, um bairro pobre nos arredores de Havana. Além do apagão, no domingo (20), o furacão Oscar atingiu o país. Agora transformado em tempestade tropical, teme-se que ele possa danificar a precária infraestrutura de distribuição de energia de Cuba. Apesar de uma dimensão avassaladora, o apagão de sexta é apenas mais um de uma série de episódios com problemas na energia. Há muito tempo, a luz tem sido cortada ou racionada no país. Neste ano, muitas residências cubanas já haviam ficado até oito horas por dia sem energia. No entanto, este apagão é considerado o pior que Cuba sofreu desde que o furacão Ian atingiu a ilha como uma tempestade de categoria 3 em 2022 e afetou instalações elétricas que levaram dias para serem consertadas pelo governo. As causas dos problemas recorrentes diferem, dependendo se você ouve a versão das autoridades cubanas ou de pessoas críticas ao governo. Infraestrutura obsoleta e demanda maior O apagão total ocorreu depois que a usina Antonio Guiteras — a maior da ilha — ficou fora de serviço por volta das 11h de sexta-feira, horário local. A falha colapsou todo o sistema da ilha. O presidente Miguel Díaz-Canel culpou o embargo que os Estados Unidos impõem à economia da ilha durante décadas, argumentando que o bloqueio impede a chegada de insumos e peças de reposição. O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, mais tarde repetiu as palavras do presidente ao publicar no X (antigo Twitter) que "se o embargo acabar, não haverá apagões". "Desta forma, o governo dos Estados Unidos poderia apoiar o povo cubano... se quisesse". Cubanos fizeram panelaços em meio ao apagão. Getty Images via BBC As autoridades locais também atribuem os problemas à maior demanda de residências e empresas por aparelhos de ar condicionado. Sobre o atual apagão, o ministro O Levy também argumentou que a situação estaria melhor se não tivessem ocorrido mais dois apagões parciais enquanto as autoridades tentavam restaurar a energia no sábado. O ministro afirmou que México, Colômbia, Venezuela e Rússia, entre outros países, ofereceram ajuda. Escassez de combustíveis Para além do embargo e do aumento da demanda, o governo cubano apontou outro motivo por trás dos problemas. “A escassez de combustível é o fator mais importante”, disse o primeiro-ministro Manuel Marrero em um pronunciamento na TV. O presidente da União Elétrica Nacional, Alfredo López Valdés, também reconheceu que a ilha enfrenta uma situação difícil no que se refere à energia. Cuba depende das importações para abastecer as suas centrais elétricas dependentes do petróleo, em grande parte obsoletas. E a ilha foi atingida este ano por uma queda nos envios cruciais de combustível da Venezuela. Em 2000, o então presidente venezuelano Hugo Chávez assinou um acordo com Fidel Castro para fornecer cerca de 53 mil barris de petróleo por dia à ilha em troca do envio de missões médicas cubanas. O acordo continuou com Nicolás Maduro. Crise de energia em Cuba não vem de hoje. Getty Images via BBC Embora em maio tenha havido uma recuperação no envio de petróleo, nos últimos anos o envio de combustível venezuelano para Cuba caiu consideravelmente devido à crise que há anos afeta um dos grandes aliados da ilha. Também diminuiu o fluxo de combustível de outros grandes fornecedores, Rússia e México. Neste último caso, o país reduziu a exportação em meio às eleições. A nova presidente Claudia Sheinbaum não se posicionou ainda sobre se o fornecimento a Cuba continuará. Cuba vive 4º dia de apagão Críticas à política estatal No entanto, muitas vozes críticas às autoridades cubanas apontam outros problemas políticos e econômicos subjacentes à crise energética. É o caso do economista Pedro Monreal, que em suas redes sociais reagiu à manchete "Cuba no combate ao desafio energético" que o jornal oficial Granma trazia na capa. “Não é um desafio, é a ruína energética como resultado do falho planejamento centralizado imposto pelo poder político”, escreveu Monreal na rede social X. "É uma crise estrutural intensificada pelo fracasso na regulamentação e complicada por soluções ineficazes. É uma falência causada por decisões internas", acrescentou. Díaz-Canel atribuiu o apagão ao embargo dos EUA. Getty Images via BBC A jornalista cubana Monica Baró relatou em uma crônica no site Periodismo de Barrio que, embora os cubanos já estejam acostumados ao que chamam ironicamente de "alumbrones" (em tradução livre, algo como "acesões", uma brincadeira indicando que o tempo sem luz seria a regra), dessa vez foi diferente. “Meu pai tem 72 anos. Ele viveu todas as crises em Cuba. Poucas coisas conseguem impressioná-lo, mas esta noite ele está impressionado”. Baró relata que, já em 2022, o especialista em energia Jorge Piñón, diretor do Programa Energético para a América Latina e o Caribe da Universidade do Texas, previu um "colapso total do sistema elétrico cubano". Na entrevista à Rádio Martí, Piñón também questionou a "política de band-aid" do governo para resolver os problemas. "É necessária uma recapitalização estrutural", disse. 'Não há nada que sustente o país' Na última sexta-feira, as autoridades cubanas anunciaram o cancelamento de todas as atividades não essenciais. No caso das escolas, numa medida inédita, as aulas foram suspensas até quarta-feira. Na noite de domingo, em uma Havana completamente escura, apenas alguns negócios funcionavam, enquanto bares e residências eram alimentados por pequenos geradores movidos a combustível, informou a agência Reuters. Na sexta-feira (18/10), as autoridades cubanas anunciaram o cancelamento de todas as atividades não essenciais. Getty Images via BBC A maior parte da cidade de 2 milhões de habitantes ficou em silêncio. Os moradores jogavam dominó nas calçadas, ouviam música em aparelhos de rádio movidos a bateria e sentavam-se na soleira de suas portas. “Isso é uma loucura”, disse Eloy Fon, um aposentado de 80 anos que vive no centro de Havana, à agência de notícias AFP. “Isso mostra a fragilidade do nosso sistema elétrico… Não temos reservas, não há nada que sustente o país.” Foco de tensão Longos apagões já são há algum tempo fonte de tensão em Cuba. Em julho de 2021, milhares de manifestantes saíram às ruas para protestar contra os apagões que duraram dias em grande parte do país. Em março desse ano, centenas de pessoas na segunda maior cidade cubana, Santiago, organizaram um raro protesto público contra apagões crônicos e a escassez de alimentos. O governo cubano está cada vez mais consciente de que muitos na ilha perderam um pouco o medo de falar abertamente sobre os vários problemas que enfrentam diariamente. Díaz-Canel apareceu na televisão nacional no domingo à noite vestido com um uniforme militar verde oliva incentivando os cubanos a expressarem suas queixas com disciplina e civilidade. “Não vamos aceitar nem permitir que ninguém aja com vandalismo e muito menos perturbe a tranquilidade do nosso povo”, disse o presidente, que raramente é visto uniformizado. Enquanto isso, moradores de Havana Velha, como Anabel González, disseram à agência Reuters que os moradores estavam desesperados. “Meu celular está mudo e ao olhar para a minha geladeira, percebi que o pouco que eu tinha apodreceu”.

Entenda o que são as usinas que servem de ‘seguro’ para o sistema elétrico em situações extremas


Governo anunciou que não irá adotar o horário de verão este ano. Sem a medida, contratação de reserva pode ajudar a atender aos horários de pico. Temporal provocou queda de postes de energia Reprodução/RBS TV Ao anunciar que o país não deve ter horário de verão em 2024, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou que o governo contrate todos os anos novas usinas no modelo de “reserva de capacidade”. A medida, segundo o operador, é uma forma de assegurar o atendimento de energia quando o aumento do consumo e a redução da geração solar coincidem, no início da noite. “Identificamos a necessidade de contratação de recursos para o atendimento da ponta [de demanda] noturna. Ou seja, os leilões de reserva de capacidade. Então, o ONS recomendou ao ministério que faça esses leilões [...] todo ano para contratar potência para o sistema”, declarou o diretor de Planejamento do ONS, Alexandre Zucarato, em entrevista na última quarta-feira (16). Governo descarta volta do horário de verão neste ano Esse cenário de oscilação das fontes renováveis ao longo do dia ao mesmo tempo em que há maior demanda por energia é um dos fatores que levam o governo a avaliar a adoção do horário de verão —em estudo para 2025. Além do adiantamento dos relógios, a contratação de reserva pode ajudar a atender aos horários de pico. Ainda em 2024, o governo pretende realizar um leilão para contratar usinas no modelo de “reserva de capacidade” — que servem como um “seguro” para o sistema elétrico, em momentos de pico de demanda e secas, por exemplo. Leia nesta reportagem: O que é “reserva de capacidade"? Que tipo de usina pode ser contratada? Quem paga pelas usinas? O que é “reserva de capacidade”? O superintendente de Geração de Energia da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Bernardo Folly Aguiar, explica que o leilão de reserva é um certame de “ajuste”, focado na segurança do suprimento de energia. As usinas são contratadas para atender ao sistema em casos de necessidade, ajustando o equilíbrio do sistema quando há muita demanda ou pouca geração de energia. Há duas formas de se contratar capacidade: na forma de energia. Ou seja, se estiver faltando energia no sistema, se as usinas contratadas diretamente pelas distribuidoras não conseguirem suprir a demanda; na forma de potência. Quando é preciso suprir energia de forma instantânea, em momentos determinados. Ou seja, as usinas contratadas precisam estar disponíveis para entregar uma quantidade de energia em um determinado momento. “Estamos falando de um suprimento instantâneo. Então, é alguém que vai entregar naquele momento específico que o sistema precisa. Por exemplo, no momento de máximo consumo ou no instante em que a renovável gerou menos, entrou uma nuvem e o sol gerou menos, parou o vento”, explica Renato Haddad Machado, superintendente adjunto de Geração de Energia da EPE. Vista aérea, Usina Termelétrica Termopernambuco (PE) Divulgação/Neoenergia LEIA TAMBÉM Apagão em SP: governo cria linha de crédito para empreendedores que tiveram problemas com temporais Ações judiciais por conta de fornecimento de energia elétrica crescem 76% em 4 anos no Brasil Com alerta de novos temporais, ministro pede distribuidoras e Aneel 'de prontidão' para garantir energia em São Paulo Que tipo de usina pode ser contratada? Como a contratação serve para dar segurança ao sistema, as usinas devem gerar energia de forma constante. Por isso, usinas solares e eólicas não podem ser contratadas nessa modalidade, uma vez que geram a depender da incidência de sol e vento. Para o leilão de 2024, o governo deve contratar termelétricas e hidrelétricas. Embora a seca histórica no país coloque a disponibilidade das hidrelétricas em dúvida, a EPE ressalta que a diversidade de fontes é benéfica para o sistema. “Ela [a hidrelétrica] tem incertezas em relação à geração? Tem, muito em função da hidrologia e tal, mas outras fontes também têm incertezas”, disse Aguiar. A Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage) conta 14 usinas hidrelétricas existentes que poderiam ser ampliadas para fornecer energia de reserva no leilão de 2024. "Parte dessas hidrelétricas que foram planejadas e executadas no passado já tem parte dos ativos construídos para fazer esse serviço. A gente entende, pelos estudos dos planos decenais passados, que elas são altamente competitivas, ou seja, podem fornecer esse serviço de potência com custo reduzido”, continuou o superintendente da EPE. O governo também aventou a contratação de baterias nesse leilão, para possibilitar o aproveitamento das fontes solar e eólica. No entanto, a tecnologia será contratada separadamente, em um leilão de baterias planejado para junho de 2025. Torres de energia eólica no litoral Norte do RN Augusto César Gomes Quem paga pelas usinas? Para remunerar as usinas de reserva, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou um encargo, chamado de Encargo de Potência para Reserva de Capacidade (ERCAP). O ERCAP vai cobrir os custos de contratação das usinas e será rateado entre todos os usuários do serviço, inclusive o consumidor residencial. O custo do encargo vai ser dividido de acordo com o consumo líquido medido em um mês. Dessa forma, o valor será proporcional ao maior consumo horário do mês. Como a Aneel antecipou a entrada em operação da usina termelétrica Termopernambuco, por causa da escassez hídrica, o ERCAP já vai ser cobrado a partir de novembro deste ano. A usina, como as demais contratadas em 2021, só entraria em operação em 2026.

Geração, transmissão, distribuição: veja papel de empresas e do governo na cadeia da energia elétrica

Com os temporais desta época do ano e as quedas de energia elétrica nas cidades, o consumidor se pergunta de quem deve cobrar quando fica sem luz. Com os temporais desta época do ano e as quedas de energia elétrica nas cidades, o consumidor se pergunta de quem deve cobrar quando fica sem luz. Outra questão que surge é qual é o papel de empresas e do governo na cadeia de energia: desde a geração até ela chegar ao interruptor dos estabelecimentos comerciais ou das casas das pessoas. 💡Basicamente, esse processo envolve três fases: a geração, a transmissão e a distribuição. Para garantir o bom funcionamento delas, tem que haver também a fiscalização, que permeia as demais. Por fim, o cidadão pode se perguntar como é usado o dinheiro pago na tarifa de energia elétrica. Veja detalhes abaixo: Geração A energia elétrica consumida nas residências, indústrias e comércios é gerada por usinas. No caso do Brasil, cerca de 50% de toda a energia consumida é gerada nas usinas hidrelétricas, movidas pela água de represas. As hidrelétricas pertencem a empresas privadas -- como a Eletrobras, vendida pelo governo em 2022. E também há usinas que pertencem a empresas públicas estaduais e federais. O governo federal detém participação na maior hidrelétrica da América do Sul, a usina de Itaipu, operada em parceria com o Paraguai. Além disso, também controla as usinas nucleares de Angra. Os dois empreendimentos estão sob o guarda-chuva da estatal ENBPar. No caso das usinas privadas, os contratos são de concessão. Ou seja, o governo federal, por meio de leilões organizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Câmara de Comercialização de Energia (CCEE), concede a uma empresa o direito de explorar uma usina por tempo determinado. Geralmente, pelo contrato, a obrigação de construir a usina é da empresa vencedora. Mas não há só usinas hidrelétricas no Brasil. Outras com peso relevante no sistema elétrico são as eólicas (movidas a vento), as solares (ativadas pela luz do sol), e as termelétricas. As usinas termelétricas podem usar diversas fontes para queima e geração de calor, como biomassa, óleo combustível, gás natural e carvão mineral. As que usam combustíveis fósseis são mais poluentes. Já as usinas nucleares são uma espécie de termelétrica, mas geram energia por meio da fissão nuclear. Leia também: Privatização da Eletrobras: veja perguntas e respostas Cuidados durante temporais: o que fazer em casa, na rua, áreas de risco e mais em caso de emergências Ações judiciais por conta de fornecimento de energia elétrica crescem 76% em 4 anos no Brasil Transmissão A energia produzida pelas usinas, para chegar aos centros de consumo, passa por linhas de transmissão. Consistem em cabos, feitos de material que permite a condutividade elétrica, apoiados em grandes torres. Em razão de seu grande território, o Brasil tem uma das maiores redes de transmissão do mundo. A maioria das linhas de transmissão no Brasil faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), que conecta quase todo o território brasileiro em uma grande rede de energia. O único estado ainda sem conexão ao SIN é Roraima. O SIN é coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), um órgão de natureza privada, sem fins lucrativos, que é responsável por operar o sistema de forma integrada, para otimizar o uso dos recursos energéticos e garantir o fornecimento contínuo de eletricidade. Distribuição Quando chega aos centros urbanos, por meio das linhas de transmissão, a energia elétrica é recebida pelas distribuidoras, que podem ser empresas privadas ou estatais, a depender da região. São essas empresas as responsáveis por repassar a energia ao consumidor final. São também as responsáveis pela manutenção da rede elétrica na cidade ou área que atende. Uma distribuidora que vem recebendo crítica da população é a Enel, que atua na cidade de São Paulo. Um temporal na semana passada levou a um apagão que deixou centenas de milhares de casas sem luz. Levou dias até que a energia fosse restabelecida. Para o que é usado o dinheiro pago na conta de luz? A conta de luz remunera a distribuidora pela energia comprada, mas também arca com encargos e subsídios para setores da economia. Os subsídios são uma das parcelas que mais pesam na conta de luz, representando 12,5% da conta de luz em 2024. Esse encargo custeia políticas como os descontos para fontes incentivadas, como eólica e solar, para o setor de irrigação e agricultura e outros. Saiba o que é pago na conta de luz: custo da compra de energia das usinas pela distribuidora custos de conexão ao sistema de transmissão encargos (como subsídios a setores, remuneração para usinas "reservas" para o sistema, pesquisa e desenvolvimento e outros) tributos contribuição para iluminação pública (um serviço atribuído à prefeitura, mas realizado pela distribuidora) Um dos encargos cobrados na conta de luz é a Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica (TFSEE), que custeia as atividades da Aneel. Fiscalização A Aneel é responsável por regular e fiscalizar os serviços de energia. Por falta de efetivo, a agência não consegue monitorar os serviços em cada estado e, para isso, celebra convênios com as agências reguladoras estaduais, como a Arsesp, de São Paulo. No segmento de distribuição, a agência mede a qualidade dos serviços prestados de acordo com três aspectos: 💡qualidade do serviço ou continuidade do fornecimento, que avalia a quantidade e a duração das interrupções no fornecimento de energia; 💡qualidade do produto ou qualidade da tensão, que mede variações em características técnicas das redes de distribuição; 💡qualidade comercial, que considera aspectos não técnicos como tempo de resposta das solicitações e atendimento das reclamações. A agência utiliza esses índices no momento de definir reajustes ou revisões de tarifa para as distribuidoras. Mas também pode aplicar penalidades, depois de verificar durante o processo de fiscalização o descumprimento das regras. As penalidades variam entre advertência, multa e até mesmo intervenção da Aneel e a cassação do contrato da distribuidora.

Mega-Sena pode pagar R$ 51 milhões nesta terça-feira


Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena Marcelo Brandt/G1 O concurso 2.788 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 51 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta terça-feira (22), em São Paulo. No concurso do último sábado (19), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online. A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados. Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.

Aneel intima Enel no processo sobre o apagão em São Paulo

A depender do resultado do processo, o contrato de concessão da Enel pode ser reincidido. Após temporal no dia 11, moradores de São Paulo ficaram cerca de 6 dias sem energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) intimou nesta segunda-feira (21) a empresa distribuidora de energia Enel no processo sobre o apagão na cidade de São Paulo. O processo na Aneel apura se houve, por parte da Enel, descumprimento do plano de contingência assumido pela distribuidora e reincidência no atendimento insatisfatório aos consumidores em situações de emergência. A depender do resultado do processo, o contrato de concessão da Enel pode ser rescindido. "A intimação da empresa integra relatório de falhas e transgressões, que inicia processo para avaliação de recomendação de caducidade a ser apreciada pela Diretoria da ANEEL e, depois, encaminhada ao Ministério de Minas e Energia (MME)", escreveu a Aneel em nota. Na semana que vem, será designado um relator na Aneel para o caso. E a Enel tem 15 dias, a contar dessa segunda, para enviar uma defesa. Seis dias após apagão na Grande SP, moradores e comerciantes ainda enfrentam falta de energia e instabilidades no fornecimento Apagão de dias Após um temporal na sexta-feira (11), moradores de São Paulo ficaram cerca de 6 dias sem energia. Somente na quinta-feira (17), a Enel informou que tinha normalizado a distribuição de energia para quase todas as residências da Grande SP. Ao todo, segundo a própria Enel, 3,1 milhões de endereços foram afetados.

EMS faz oferta à Hypera para criar maior laboratório farmacêutico do Brasil


Proposta é de compra de até 20% das ações da companhia a R$ 30 o papel. Hypera afirmou que irá tomar 'providências para avaliação diligente da proposta'. Farmacêutica EMS Divulgação A Hypera informou nesta segunda-feira (21) que recebeu proposta para unir negócios com a EMS, do grupo NC. O plano envolve uma oferta por até 20% das ações da companhia a R$ 30 o papel. O valor representa um prêmio de 14,67% em relação ao preço de fechamento da ação da Hypera nesta segunda, de R$ 26,16. Em carta à Hypera, a EMS diz que a oferta será lançada diretamente por seus acionistas controladores e que, após a combinação de negócios, a nova empresa será listada no Novo Mercado. A EMS, que afirma ser "o maior conglomerado farmacêutico do Brasil", propõe um conselho de administração com nove membros para a empresa combinada, sendo cinco indicados pela EMS. "Com base em estudos preliminares, a transação deverá resultar em ganhos expressivos de eficiência operacional e de capacidade de produção, ao mesmo tempo que reduzirá custos, expandindo as margens operacionais e aumentando a geração de caixa", afirmou a EMS em carta divulgada pela Hypera. LEIA TAMBÉM Nem Messi, nem Neymar: veja quem é o jogador mais bem pago em 2024; ranking China aposta em megapacote econômico para alavancar PIB; entenda os reflexos no Brasil Número de super-ricos dispara, e é preciso fortuna maior para se tornar um 'ultrarrico' A Hypera afirmou em fato relevante ao mercado que seu conselho de administração vai tomar "providências para avaliação diligente da proposta, incluindo a contratação de assessores externos". A EMS afirmou ainda que realizou análise concorrencial preliminar e que "não se antecipa necessidade de remédios concorrenciais" que impactem a potencial transação, apesar de o negócio reforçar a condição de ambas as empresas como maior grupo fabricante de medicamentos do país. "A companhia combinada também se beneficiará da captura de sinergias relevantes envolvendo ganhos operacionais, financeiros e tributários... deixando a companhia combinada mais bem preparada para impulsionar seu crescimento de maneira muito acelerada", disse a EMS, sem fazer projeções. Procurada pela Reuters, a associação de redes de farmácias Abrafarma afirmou apenas que não comenta sobre operações "que ainda não saíram do papel". A oferta da EMS foi confirmada pela Hypera no mesmo dia em que os principais executivos da companhia promoveram uma conferência com analistas para explicar um plano de otimização de capital de giro. O projeto carrega uma estratégia de redução de estoques nos clientes, que têm como objetivo cortar a linha de contas a receber para 60 dias — ante os 116 do final do primeiro semestre deste ano —, em meio ao cenário de juros elevados do país e queda do real ante o dólar. Considerado pela próprio presidente-executivo da Hypera, Breno de Oliveira, como uma "estratégia bastante agressiva" da companhia, a expectativa é que o plano gere ganhos para os acionistas no médio a longo prazos, afirmou. Ao comentar o anúncio, a EMS afirmou que sua oferta é uma "solução estratégica" para a Hypera atingir as metas anunciadas no seu plano de otimização de capital de giro. Segundo a EMS, a combinação das empresas vai resultar em uma "otimização do ciclo financeiro, com menor impacto nas vendas e na rentabilidade". Namoro antigo Essa não é a primeira vez que notícias em torno de uma possível consolidação envolvendo os maiores laboratórios farmacêuticos do país surgem na mídia. Em 2022, a Hypera discutiu a venda da companhia para o Grupo NC. Na época, a Hypera também chegou a discutir uma venda para a Eurofarma. O maior acionista da Hypera é o fundador João Alves de Queiroz Filho, com 21,38% do capital da companhia. A mexicana Maiorem detém outros 14,74%. O grupo Votorantim tem uma fatia de 5,1% na farmacêutica. A Hypera é dona de algumas das principais marcas de medicamentos que não precisam de receita do país, como Buscopan, Coristina e Neosaldina. Nos últimos anos, a empresa tem investido para ampliar sua base de moléculas de medicamentos genéricos e tem planos de ter uma fábrica piloto de medicamentos oncológicos em 2026. A Hypera teve lucro líquido em 2023 de R$ 1,65 bilhão, sob receita líquida de R$ 7,9 bilhões. Na oferta, o grupo NC afirma que a EMS teve faturamento líquido de R$ 7,95 bilhões no ano passado. Em 2022, a EMS teve lucro líquido consolidado de R$ 311,3 milhões, sob receita líquida de R$ 5,7 bilhões. Pouco antes das negociações das ações da Hypera serem suspensas para divulgação do fato relevante, os papéis da farmacêutica caíam cerca de 2,3%, após oscilarem entre altas e baixas influenciadas pelo anúncio da estratégia de otimização de capital e, posteriormente, notícia sobre a EMS. No fim do pregão desta segunda, as ações da Hypera subiram 1,91%, cotadas a R$ 26,16. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, recuou 0,11%. Importações sobem 8% no ano, com avanço de investimento das empresas em máquinas

Nem boi, nem frango: entenda por que preço da carne de porco caiu e ficou mais competitivo no mercado


Cotação da carcaça suína fechou parcial de outubro em queda. Alta no preço de insumos e oferta limitada explica movimento, segundo levantamento da Esalq/USP em Piracicaba (SP). Arquivo Secom Com queda nas cotações, a competitividade da carne de porco cresceu frente a de boi e de frango, principais concorrentes, na primeira quinzena de outubro. O levantamento parcial foi feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP). 🌽A oferta limitada de carne de boi, o aumento do preço dos insumos na avicultura, como milho e farelo, e, por consequência, a queda no poder de compra do produtor estão entre as explicações para a perda de competitividade. Entenda cenário, abaixo. 📲 Participe do canal do g1 Piracicaba no WhatsApp 📉A pesquisa aponta que, enquanto os preços da proteína suinícola registram leves quedas, as cotações das carnes bovina e de frango se valorizam. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína é comercializada à média de R$ 12,98 o quilo até o dia 15 de outubro. O valor representa baixa de 0,6% na comparação com o mês anterior. "A pressão vem da menor liquidez interna da carne, observada entre o final de setembro e a primeira semana de outubro", ressalta o Cepea. Desvalorização da carne de frango está relacionada ao aumento do poder de compra da população na primeira quinzena de junho. Reprodução EPTV Alta nos insumos O levantamento do Cepea indica que o poder de compra de avicultores paulistas frente aos principais insumos utilizados na atividade segue em recuo em outubro, no comparativo com o mês anterior. Segundo o estudo, a piora se deve às altas nas cotações do milho e do farelo de soja combinadas à estabilidade no preço pago pelo frango vivo. "Frente ao milho, a relação de troca segue desfavorável pelo segundo mês consecutivo, e, para o derivado da soja, o poder de compra está diminuindo em outubro, depois de ter avançado entre julho, agosto e setembro", explicam os pesquisadores do Cepea. 🐔 No mercado de frango, com a oferta interna de carne mais controlada, compradores estão pouco ativos na aquisição de maiores lotes de animais por parte da indústria, ainda conforme explicam pesquisadores do Cepea. Preços da carne suína e do frango registram alta no início de agosto, conforme levantamento da USP Reprodução/TV TEM Boi Gordo Cepea A oferta limitada de animais prontos para abate provocaram aumentos de preços na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Na primeira quinzena de outubro, o Indicador do Boi Gordo Cepea fechou em R$ 299,25 no último dia 15 e acumulou alta de 9,1%. Levantamentos do Cepea apontaram negociações em São Paulo entre R$ 291 e R$ 310, no valores à vista; já descontado o Funrural no último dia 15 de outubro. "Negócios acima de R$ 290 têm sido captados também nos estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, sendo que nestes dois últimos estados há registros inclusive na casa dos R$ 300, segundo pesquisas do Cepea. No mercado de carne, a carcaça casada bovina com osso no atacado da Grande São Paulo acumulou acréscimo de 11,7% na primeira quinzena", pontuou o Cepea. Incêndio atinge área de mata ao lado de rodovia em Piracicaba e consome vegetação Vanderlei Duarte/EPTV Queimadas: entenda influência na alta da carne bovina As queimadas enfrentadas pelo Brasil desde agosto, que atingem principalmente áreas de agropecuária, têm influência indireta na alta de 8,88% da produção de carne bovina no acumulado do mês de setembro registrada na última sexta-feira (20). É o que aponta Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador da área de pecuária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba. Para Carvalho, a influência indireta está relacionada à alimentação do boi, advinda de algumas culturas atingidas pelas queimadas. A alta deve ser maior no início do ano, caso a estiagem se prolongue pelos próximos meses. “A seca vai impactar caso não tenha chuva no começo do ano e, aí, pode haver um encarecimento maior da carne”, diz o pesquisador. Queimadas influenciam na produção pecuária Juliana Sussai/Embrapa VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e região Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba