Modalidade de crédito recém-lançada pelo governo federal pretende baratear o custo do dinheiro. Opção começou a funcionar na sexta (21) e tem o saldo do FGTS como garantia. O Ministério do Trabalho e Emprego informou que foram simulados quase 36 milhões de pedidos de empréstimos consignados ao setor privado com garantia do FGTS até as 11h deste domingo (23). Ao todo, as simulações somam 35.931.008.
As solicitações de propostas totalizaram 3.137.412, e 7.644 contratos foram fechados, por meio do aplicativo da Carteira do Trabalho Digital.
Banco poderá pegar FGTS dado como garantia em caso de demissão; entenda
Entenda como funciona o novo empréstimo consignado para trabalhadores CLT
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou no último dia 12 a medida provisória (MP) que criou a linha de crédito consignado para trabalhadores formais do setor privado, incluindo empregados rurais, domésticos e empregados de MEI (microempreendedor individual).
Batizado de "Crédito do Trabalhador", o programa é voltado principalmente aos empregados com carteira assinada (CLT), que podem utilizar parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia.
💲As parcelas são quitadas com desconto no contracheque, ou seja, diretamente no salário do funcionário que pega um empréstimo em uma instituição financeira.
Lula anuncia programa que facilita crédito consignado para trabalhadores do setor privado.
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🔎Do ponto de vista do governo, a medida pretende baratear o crédito e estimular a economia. Especialistas, contudo, alertam para a possibilidade de um maior endividamento dos trabalhadores.
Os trabalhadores podem utilizar a Carteira de Trabalho Digital para buscar empréstimos em mais de 80 instituições financeiras que operam junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na plataforma, podem analisar as ofertas de empréstimos e comparar as taxas de juros.
Novas instituições financeiras
A partir de 25 de abril todos os bancos poderão ofertar o crédito por meio de suas próprias plataformas digitais.
Os bancos terão acesso às informações dos trabalhadores via e-Social para facilitar a concessão do crédito consignado. Com isso, poderão avaliar melhor o risco das operações.
Em nota divulgada neste sábado, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sugeriu aos trabalhadores que não tenham pressa para contratar o consignado e que esperem as 24 horas para que todas as instituições financeiras habilitadas mandem suas propostas. Desse modo, segundo Marinho, pode-se garantir as taxas de juros mais baixas.
"O trabalhador precisa ter cautela, calma para analisar a melhor proposta. A prestação mensal do empréstimo não poderá ultrapassar 35% do salário do trabalhador", afirmou o ministro.
Uva cultivada em Pilar do Sul (SP) chama a atenção pela doçura, proteção especial e preço, que chega a R$ 140 o quilo. Uva moscato é caracterizada pela doçura e por não ter sementes, dando mais valor de mercado
Reprodução/TV TEM
Entre as sombras dos parreirais estão a fonte de renda de muitos produtores de Pilar do Sul (SP): uma aposta em uma nova qualidade de uva, a pilar moscato, um fruto gourmet que exige cuidados redobrados, mas que garante qualidade e bom valor de mercado.
Entre os cuidados está que cada cacho seja protegido por sacos para evitar o ataque de aves, pragas e até os danos da chuva e sol em excesso. Além disso, o tamanho dela em comparação às demais é significativo, como explica o engenheiro agrônomo Vitor Proença Bom.
"A uva vitória, que é uma uva comum, mede em torno de 22 a 23 milímetros. Já a uva moscato chega a até 30 milímetros, que é um tamanho bem grande. Além disso, ela não tem sementes e a doçura é única", comenta.
Veja a reportagem exibida no programa em 23/03/2025:
Produtores colhem safra de uva gourmet graúda e docinha
Entre os produtores está uma família que cultiva a fruta em três hectares. Eles explicam que o clima tem favorecido a produção, e a colheita é feita quando a uva atinge pelo menos 18 graus Brix - medição que indica o nível de doçura da fruta. Para medir a doçura, é usado um equipamento chamado refratômetro, que indica o ponto ideal.
Apesar da qualidade ter agradado, a quantidade caiu em comparação ao ano passado. Em 2024, a região colheu cerca de 550 toneladas de uva moscato; este ano, a safra será menor. Em compensação, o preço subiu: o quilo, que custava R$ 100 em 2024, agora chega a R$ 140.
A uva pilar moscato tem mercado garantido na capital, no interior paulista e até no exterior, com parte da produção embarcando para a América do Norte e a Europa.
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Animais são adestrados para ajudar no pastoreio dos rebanhos, reduzindo custos e facilitando na lida no campo. Raça escolhida para a função de pastoreio é o border collie, conhecido pela inteligência e agilidade
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O som de um latido é ouvido ao longe na fazenda da família de José de Oliveira Couto Neto, em Lins (SP). Os cães de pastoreio são um dos principais aliados na lida do rebanho.
Basta posicioná-los na direção dos animais e usar o apito para que eles entendam o que fazer. Os comandos com os cachorros são dados em inglês, a língua padrão no treinamento desses cães, que atuam no manejo de bois de corte e ovinos há mais de 25 anos.
Segundo um zootecnista e adestrador, a raça escolhida para a função é o border collie, conhecido pela inteligência e agilidade. O treinamento começa quando o animal ainda é filhote e leva, no mínimo, seis meses para ser concluído.
"É muito importante que você tenha paciência e consistência", explica. Dependendo do caso, o processo pode ser mais longo, especialmente com cães adultos ou de outras raças.
Veja a reportagem exibida no programa em 23/03/2025:
Cão de pastoreio sempre está pronto a ajudar na lida no campo
Além da ajuda no campo, os cachorros ajudam no bolso: com um investimento de R$ 10 mil, em oito anos esse valor já terá sido reembolsado, já que o gasto médio é de R$ 3,60 por dia. Sem contar a economia com mão de obra e o menor estresse dos animais. "O custo diminui, né?", resume.
Para que os cães possam fazer um trabalho bem feito e não fiquem cansados, os tutores fazem um rodízio e, assim, garantem o treinamento dos mais novos e o bem-estar dos animais.
Em outra propriedade, em Marília (SP), o adestrador Josuel Gomes, o Zuza, reforça a importância dos cães no manejo de até 600 ovelhas. Segundo ele, o apito e os comandos verbais tornam o trabalho mais leve e eficiente.
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Produtores de borracha reforçam ações contra a dengue durante a safra em Bálsamo (SP). Casos de dengue preocupam na zona rural
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Em meio ao aumento de casos de dengue, alguns trabalhadores rurais ficam expostos em ambientes onde pode haver focos do mosquito Aedes aegypti. É o caso do trabalhador José Antonio Vieira, que há 30 anos trabalha na extração de látex em Bálsamo (SP).
Agora, além das técnicas no campo, o uso de repelente virou rotina por causa da epidemia de dengue. "Todos os sangradores recebem o repelente de graça", conta.
Veja a reportagem exibida no programa em 23/03/2025:
Casos de dengue preocupam na zona rural
A preocupação é com a água acumulada nos potes das seringueiras, que pode virar criadouro do Aedes aegypti. Para evitar a proliferação do mosquito, além do repelente, a propriedade aplica ácido clorídrico nos potes antes das chuvas.
O município de Bálsamo, responsável por boa parte da produção nacional de borracha, também conta com agentes de saúde que visitam as áreas rurais.
Eles orientam os produtores e eliminam focos do mosquito. A ideia é passar toda a safra, que vai até agosto, sem nenhum caso da doença entre os trabalhadores.
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Nos últimos dias, ganhou força o debate sobre o risco de recessão nos Estados Unidos, com queda no mercado de ações e alguns indicadores mostrando um esfriamento da maior economia do mundo. Primeiras medidas do governo Trump instalaram clima de temor por recessão nos EUA.
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Nos últimos dias, ganhou força o debate sobre o risco de recessão nos Estados Unidos, com queda no mercado de ações e alguns indicadores mostrando um esfriamento da maior economia do mundo.
A incerteza sobre os rumos da economia americana ocorre em um momento em que o presidente Donald Trump, que tomou posse em janeiro, anunciou novas tarifas comerciais a países como China, Canadá e México.
Trump também tem promovido corte de empregos públicos, em um esforço para diminuir o tamanho do governo e gastos públicos.
A ansiedade aumentou após entrevista recente à Fox News, na qual o presidente não descartou a possibilidade de recessão neste ano e mencionou um "período de transição" no país.
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Muitos economistas salientam que, no momento, não há risco concreto de recessão, que costuma ser definida como dois trimestres consecutivos de queda no PIB.
Os Estados Unidos registraram crescimento nos últimos anos, o mercado de trabalho está aquecido e outros dados continuam positivos. Mas o clima de incerteza é prejudicial para a atividade econômica e pode afetar o nível de investimento.
As tarifas impactam o preço dos produtos importados, e os custos podem ser repassados aos consumidores, pressionando a inflação. Uma guerra comercial poderia afetar as cadeias de suprimentos globais.
O peso da economia americana significa que uma recessão nos Estados Unidos teria impacto global, inclusive no Brasil.
"Ainda que não seja nosso cenário base, a recessão nos EUA tem ganhado alguma probabilidade no curto prazo", diz à BBC News Brasil o economista Gustavo Rostelato, da gestora Armor Capital.
"Uma recessão no país limitaria e diminuiria o fluxo de negócios global. Dentro desse ambiente de menor crescimento, os bancos centrais podem trabalhar com a possibilidade de maior flexibilização da política monetária, com mais cortes de juros", afirma Rostelato.
Projeções da OCDE
O peso da economia americana significa que uma recessão nos Estados Unidos teria impacto global, inclusive no Brasil.
Getty Images via BBC
Nesta segunda-feira (17/03), em seu primeiro relatório de perspectivas econômicas após os anúncios de Trump, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) rebaixou o prognóstico de crescimento mundial de 3,3% para 3,1% neste ano e de 3,3% para 3% em 2026.
Para o Brasil, a projeção de crescimento foi reduzida de 2,3% para 2,1% neste ano e de 1,9% para 1,4% no ano que vem. A OCDE menciona o impacto do "aperto da política monetária e das tarifas mais altas sobre as exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos".
Os aumentos tarifários deverão ter impacto no PIB do México, com projeção de queda de 1,3% em 2025 e de 0,6% no ano que vem. Antes dos anúncios de Trump, a projeção da OCDE para a economia mexicana era de crescimento de 1,2% neste ano e 1,6% no próximo.
O Canadá, também alvo de tarifas, deve crescer 0,7%, abaixo dos 2% previstos anteriormente.
Para os EUA, a projeção da OCDE caiu de 2,4% para 2,2% neste ano e de 2,1% para 1,6% no ano que vem.
A OCDE também alertou para o risco de aumento na inflação global. No caso do Brasil, a projeção é de taxa de 5,4% em 2025 e 5,3% em 2026.
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Exportações e mercado financeiro
Em caso de uma eventual recessão nos Estados Unidos, o Brasil poderia ser afetado de diferentes maneiras. Um dos impactos possíveis seria nas exportações, caso o mercado americano passe a comprar menos.
Os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações totais brasileiras, atrás apenas da China, e o principal destino das exportações brasileiras de produtos manufaturados.
No ano passado, segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA, publicado pela Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), as exportações brasileiras para o mercado americano totalizaram US$ 40,3 bilhões, um recorde.
As importações de produtos norte-americanos para o Brasil no mesmo período totalizaram US$ 40,6 bilhões, resultando em pequeno superávit comercial para os Estados Unidos.
No caso do mercado financeiro, a queda nos principais índices de ações dos Estados Unidos, registrada recentemente, também foi sentida no Brasil, com queda no Ibovespa e alta no dólar. Estima-se que, caso uma eventual recessão fosse confirmada, contaminaria as bolsas ao redor do mundo.
"A atividade econômica brasileira também deve ser afetada negativamente (em caso de recessão nos Estados Unidos), uma vez que o país tem uma participação na corrente de comércio global, principalmente via exportação de commodities, que devem mostrar uma queda de preços nesse cenário", observa Rostelato.
"Um cenário de desaceleração da atividade, juntamente a uma depreciação cambial, poderia limitar os potenciais cortes de juros neste ano", afirma Rostelato.
O economista Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, cita a alta no preço do ovo como um exemplo prático de como o que acontece na economia americana pode impactar os brasileiros.
"O brasileiro está sentindo o efeito da economia americana nesse começo de ano com a questão do preço do ovo", diz Cruz à BBC News Brasil.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (12/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que o preço do ovo no Brasil teve alta de 15% em fevereiro.
Esse aumento, motivado por vários fatores, inclusive o calor intenso, ocorre em um momento em que as exportações vêm crescendo, principalmente para os Estados Unidos, onde a produção foi afetada por causa da gripe aviária.
"Como as galinhas de lá foram impactadas, e eles são o país mais rico, estão dispostos a pagar mais (pelo produto brasileiro), porque em dólar é mais barato para eles, e (isso) puxa (o preço no Brasil) para cima", afirma Cruz. "É um exemplo de como nós importamos inflação dos outros países."
Cruz observa que, nesse cenário de alta demanda dos Estados Unidos, produtores brasileiros poderiam pensar em expandir ou contratar mais funcionários.
Entretanto, caso a economia americana entrasse em recessão, o pensamento seria o inverso, de adiar investimentos, já que um dos principais países compradores não iria mais fazer grandes pedidos.
Esse é um exemplo de como, mesmo que indiretamente, uma recessão nos Estados Unidos poderia ser sentida no Brasil.
Os Estados Unidos registraram crescimento nos últimos anos, o mercado de trabalho está aquecido e outros dados continuam positivos.
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Empresas brasileiras
Cruz ressalta ainda que muitas empresas brasileiras estão presentes nos Estados Unidos e poderiam ser afetadas em caso de recessão.
"Embraer tem unidade (nos Estados Unidos), Gerdau. Temos empresas do varejo brasileiro que vendem nos Estados Unidos, seja vestuário, seja alimentício", enumera Cruz. "Todas elas podem sentir. Esses resultados podem travar alguma expansão aqui no Brasil também."
A economia brasileira poderia ainda ser impactada de outras formas, em meio aos efeitos globais de uma eventual recessão americana. Caso a economia da China — que é o principal parceiro comercial brasileiro um dos alvos das novas tarifas de Trump — sofra, isso poderia ser sentido no Brasil.
"A tendência é a de que este seja um ano forte para o agro", diz Cruz. "Mas, se os dois maiores mercados do mundo, China e Estados Unidos, crescerem menos, os preços internacionais desses produtos valem menos. E aí a gente acaba crescendo menos também."
O risco de uma recessão nos Estados Unidos já foi levantado outras vezes em anos recentes, mas os temores anteriores não se materializaram. A última vez que a economia americana entrou em recessão foi em 2020, em meio à pandemia de covid-19.
Na ocasião, o governo reagiu com uma série de medidas de alívio, e o país se recuperou em poucos meses, fazendo com que aquela seja considerada a recessão mais curta enfrentada pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.
Cruz, no entanto, observa diferenças entre as discussões passadas e o momento atual.
"Nos últimos anos, sempre que havia discussão sobre recessão, a impressão era de que 'a inflação está muito alta, a população vai consumir menos e isso vai provocar uma recessão'", afirma.
"Agora, é 'as medidas vão impactar os empresários, os empresários vão ter que fazer demissões, os custos vão ficar muito altos e isso vai provocar uma recessão'. Então, acho que o ângulo mudou."
Foram mais de 32,7 mil veículos vendidos no primeiro bimestre de 2025, alta de 45% no ano, segundo a ABVE. Os campeões de vendas são os totalmente elétricos e os modelos do tipo híbrido plug-in, com mais de 60% do mercado. Dois BYD e dois Fiat ocupam a lista dos carros eletrificados mais vendidos de 2025
g1
Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apontam que 32.739 veículos eletrificados foram vendidos no primeiro bimestre deste ano, contra 22.477 unidades nos dois primeiros meses de 2024. O salto foi de 45,66% no período.
“O crescimento constante dos veículos eletrificados segue sendo impulsionado pela maior conscientização dos consumidores sobre os benefícios ambientais e financeiros da eletrificação”, disse Ricardo Bastos, presidente da ABVE.
Veja quais foram os 10 carros elétricos e híbridos mais vendidos de 2025.
BYD Song Pro GS: com 3.882 unidades;
BYD Dolphin Mini GS (com 5 lugares): com 3.502 unidades;
Fiat Fastback Audace: com 1.697 unidades;
Fiat Pulse Audace: com 1.650 unidades;
BYD Song Plus GS: com 1.498 unidades;
BYD King GS: com 1.383 unidades;
GWM Haval H6 PHEV 19: com 1.301 unidades;
GWM Haval H6 HEV: com 1.055 unidades;
Toyota Corolla Cross XRX: com 1.021 unidades;
Fiat Fastback Impetus: com 996 unidades;
Toyota Corolla Altis: com 936 unidades.
Detalhes sobre o motor híbrido leve da Fiat
A lista mostra algumas alterações notáveis. A primeira é a ausência do BYD Dolphin no ranking dos 10 carros mais vendidos no primeiro bimestre de 2025.
O compacto da BYD foi o quarto veículo eletrificado zero km mais vendido de 2024 e figurou em 34º na lista de todos os carros mais vendidos do Brasil naquele ano.
Em 2024, o Dolphin superou nomes de peso como o Honda City em versão hatchback (35º colocado) e o Citroën C3 (37º colocado).
A segunda mudança notável no ranking dos 10 eletrificados mais vendidos do primeiro bimestre de 2025 é a queda do Corolla Cross. O SUV da Toyota fechou o ano passado como o terceiro da lista e agora ocupa a nona colocação.
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Nem todo híbrido é igual
Carro eletrificado inclui tanto o totalmente elétrico quanto o híbrido. Mas os híbridos são separados em diferentes tecnologias que ajudam a reduzir o consumo de combustível — ou mesmo para eliminá-lo em alguns momentos.
No mercado, temos os seguintes modelos híbridos:
PHEV: veículos movidos pela junção de bateria com motor a combustão, e precisam de recarga em tomada ou eletropostos, mas podem também utilizar o sistema tradicional de motores como gerador para recarga da energia elétrica. Nesses casos, o consumo de combustível pode variar entre 20 e 40 quilômetros por litro. Em praticamente todos os automóveis dessa categoria é possível dirigir alguns quilômetros sem consumir uma gota de gasolina.
HEV: veículos movidos pela junção de bateria com motor a combustão, mas com recarga da energia ocorrendo por meio do funcionamento do próprio carro — sem uso de tomada ou eletroposto. Neste caso, podem não conseguir andar apenas com tração elétrica, e a autonomia geral (bateria + combustível) é menor que os PHEV.
HEV Flex: funciona exatamente como um HEV, com opção de utilizar etanol como alternativa à gasolina.
MHEV: veículos movidos exclusivamente por motor a combustão, com sistema elétrico adicionando pouca potência em alguns momentos ou reduzindo consumo de combustível.
Segundo a ABVE, as vendas de elétricos e híbridos ficaram divididas desta forma:
Híbrido plug-in (PHEV): 12.585 unidades;
Totalmente elétrico (BEV): 8.192 unidades;
Híbrido leve ou micro-híbrido (MHEV): 7.195 unidades;
Híbrido pleno (HEV): 2.693 unidades;
Híbrido pleno flex (HEV): 2.074 unidades.
Os modelos mais baratos são os híbridos leves, mas ainda assim eles não são os mais vendidos de 2025. O campeão de emplacamentos é o híbrido plug-in, com 38%.
Junto com os totalmente elétricos, que representam 25% das vendas, o grupo representou 63% de todos os carros zero km eletrificados vendidos no Brasil.
Nos dois primeiros meses de 2025, foram 20.777 carros híbridos plug-in e totalmente elétricos vendidos, contra 15.501 veículos no mesmo bimestre do ano passado. O crescimento é de 34% em um ano.
Veja as dezenas sorteadas: 01 - 37 - 39 - 40 - 43 - 59. Quina teve 41 apostas ganhadoras, e cada uma vai levar R$ 59.604,51. Mega-Sena
Marcelo Brandt/Arquivo g1
O sorteio do concurso 2.843 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (22), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 14,5 milhões.
Veja os números sorteados: 01 - 37 - 39 - 40 - 43 - 59.
5 acertos - 41 apostas ganhadoras, R$ 59.604,51.
4 acertos - 2.537 apostas ganhadoras, R$ 1.376,08.
O próximo sorteio da Mega será na terça-feira (25).
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Mega-Sena, concurso 2.843
Reprodução
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
A
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Modalidade de crédito recém-lançada pelo governo federal pretende baratear o custo do dinheiro. Opção começou a funcionar nesta sexta (21) e tem o saldo do FGTS como garantia. Novo empréstimo consignado começou na sexta-feira (21)
Das 6h de sexta-feira (21) até as 18h deste sábado (22), trabalhadores fizeram 29.301.348 simulações de empréstimo pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. Segundo o Ministério do Trabalho, 2.962.330 propostas de empréstimo foram apresentadas e 6.683 contratos foram fechados nesses dois dias.
A pasta informou que o volume de acessos à CTPS Digital está 12 vezes acima da média, considerando os registros dos últimos três meses.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou no último dia 12 a medida provisória (MP) que criou a linha de crédito consignado para trabalhadores formais do setor privado, incluindo empregados rurais, domésticos e empregados de MEI (microempreendedor individual).
Batizado de "Crédito do Trabalhador", o programa é voltado principalmente aos empregados com carteira assinada (CLT), que podem utilizar parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia.
💲As parcelas são quitadas com desconto no contracheque, ou seja, diretamente no salário do funcionário que pega um empréstimo em uma instituição financeira.
Lula anuncia, em 12 de março, programa que facilita crédito consignado para trabalhadores do setor privado.
Reprodução/CanalGov
🔎Do ponto de vista do governo, a medida pretende baratear o crédito e estimular a economia. Especialistas, contudo, alertam para a possibilidade de um maior endividamento dos trabalhadores.
Os trabalhadores podem utilizar a Carteira de Trabalho Digital para buscar empréstimos em mais de 80 instituições financeiras que operam junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na plataforma, podem analisar as ofertas de empréstimos e comparar as taxas de juros.
A partir de 25 de abril todos os bancos poderão ofertar o crédito por meio de suas próprias plataformas digitais.
Os bancos terão acesso às informações dos trabalhadores via e-Social para facilitar a concessão do crédito consignado. Com isso, poderão avaliar melhor o risco das operações.
Em nota divulgada neste sábado, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sugeriu aos trabalhadores que não tenham pressa para contratar o consignado e que esperem as 24 horas para que todas as instituições financeiras habilitadas mandem suas propostas. Desse modo, segundo Marinho, pode-se garantir as taxas de juros mais baixas.
"O trabalhador precisa ter cautela, calma para analisar a melhor proposta. A prestação mensal do empréstimo não poderá ultrapassar 35% do salário do trabalhador", afirmou o ministro.
Trabalhadores simulam 29,3 milhões de pedidos de empréstimo consignado em dois dias.
Reprodução/TV Globo
Pequim espera que melhores salários e descontos possam encorajar os gastos e evitar maiores problemas econômicos no país. Governo chinês espera que medidas de promoção do bem-estar e grandes descontos incentivem as pessoas a gastar
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O governo chinês prometeu novos subsídios para creches, aumento de salários e das férias remuneradas numa tentativa de estimular a economia do país asiático, que está em desaceleração.
Além disso, o governo criou um programa de descontos de US$ 41 bilhões (cerca de R$ 232,1 bilhões) para todo tipo de produtos, desde lavadoras de pratos e itens de decoração até veículos elétricos e smartwatches.
Pequim está dando início a uma onda de gastos para incentivar os chineses a abrirem suas carteiras. O problema é que eles não estão gastando o suficiente.
Esta semana trouxe algumas notícias positivas. Dados oficiais divulgados na segunda-feira (17/3) indicam que as vendas no varejo cresceram 4% nos dois primeiros meses de 2025. Este é um bom sinal para o consumo.
Mas, com algumas exceções à parte, como Xangai, os preços dos imóveis novos e usados continuam a cair, em comparação com o ano passado.
Os Estados Unidos e outras grandes potências vêm enfrentando a inflação pós-covid. Mas a China sofre exatamente o oposto, a deflação — a taxa de inflação caiu abaixo de zero, ou seja, os preços estão diminuindo.
Na China, os preços caíram por 18 meses seguidos nos últimos dois anos.
A queda dos preços pode parecer boa notícia para os consumidores. Mas a contínua redução do consumo é um sinal de problemas econômicos mais profundos.
Quando as pessoas param de gastar, as empresas reduzem os preços para atrair os compradores. E, quanto mais isso acontece, menos dinheiro as firmas ganham, as contratações diminuem, os salários ficam estagnados e o crescimento econômico é interrompido.
É este ciclo que a China quer estancar. O país já enfrenta o lento crescimento econômico causado por uma crise prolongada no mercado imobiliário, alto endividamento do governo e desemprego.
O motivo da queda do consumo é simples e direto. Os consumidores chineses não têm dinheiro, ou não sentem confiança suficiente no futuro para gastar.
Esta relutância veio em um momento crítico. Com o objetivo de fazer crescer a economia em 5% este ano, incentivar o consumo é uma das principais prioridades do presidente chinês Xi Jinping.
Ele espera que o aumento do consumo doméstico possa absorver o baque causado pelas tarifas americanas sobre as exportações chinesas.
Mas será que o plano de Pequim irá funcionar?
Levando os gastos a sério
Para lidar com suas dificuldades econômicas e a fraca demanda doméstica, a China anunciou na semana passada, durante o Congresso Nacional do Povo, aumento de investimentos em programas de bem-estar social, como parte do seu plano econômico global para 2025.
Em seguida, veio o anúncio de promessas maiores, como planos de apoio ao emprego, mas com poucos detalhes.
Alguns afirmam que esta mudança é bem vinda, mas ressaltam que os líderes chineses precisam fazer mais para intensificar esse apoio.
Ainda assim, este é um sinal de que Pequim está consciente das mudanças necessárias para fortalecer o mercado de consumo da China – salários mais altos, uma rede de segurança social mais forte e políticas que façam com que as pessoas sintam segurança para gastar, em vez de poupar.
Shopping quase vazio na China mostra como os consumidores não estão gastando o suficiente para reviver a economia do país
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Um quarto da força de trabalho chinesa é composta de trabalhadores migrantes, com baixos salários. Eles não têm pleno acesso aos benefícios sociais urbanos.
Com isso, ficam particularmente vulneráveis durante períodos de incerteza econômica, como foi o caso durante a pandemia de covid-19.
O crescimento salarial dos anos 2010 mascarou alguns destes problemas, já que a renda média cresceu cerca de 10% ao ano. Mas, quando os salários começaram a aumentar menos, nos anos 2020, a poupança das famílias voltou a ser a tábua de salvação.
O governo chinês demorou para ampliar os benefícios sociais. Ele se concentrou em incentivar o consumo com medidas de curto prazo, como programas comerciais para aparelhos domésticos e eletrônicos.
Mas estas medidas não abordaram um problema fundamental: "a renda das residências diminuiu e a poupança aumentou", segundo o pesquisador Gerard DiPippo, do instituto Rand, com sede nos Estados Unidos.
A crise do mercado imobiliário, que quase chegou ao colapso, também aumentou a aversão dos consumidores chineses ao risco e os levou a reduzir gastos.
"O mercado imobiliário é importante não só para a atividade econômica real, mas também para o sentimento das famílias", explica DiPippo. "Afinal, as famílias chinesas investiram grande parte da sua receita nas suas casas."
"Não acho que o consumo da China irá se recuperar totalmente enquanto não ficar claro que o setor imobiliário superou seu pior momento e, com isso, muitos ativos primários das famílias começarem a se recuperar."
Alguns analistas estão animados com a seriedade de Pequim ao enfrentar desafios de longo prazo, como a queda da taxa de natalidade. Muitos casais jovens vêm decidindo não arcar com os custos de ter filhos.
Um estudo de 2024 do centro de pesquisa chinês YuWa estimou que criar um filho até a idade adulta custa na China 6,8 vezes o PIB per capita do país. Este é um dos índices mais altos do mundo, acima dos EUA (4,1), Japão (4,3) e Alemanha (3,6).
Toda esta pressão financeira serviu apenas para reforçar uma cultura profundamente enraizada na China: a de economizar.
Mesmo com as dificuldades econômicas, as famílias chinesas conseguiram poupar 32% da sua receita disponível em 2024 — o que não é tão surpreendente no país, onde o consumo nunca esteve particularmente em alta.
Em termos de comparação, o consumo doméstico é responsável por mais de 80% do crescimento nos EUA e no Reino Unido.
Este índice é de cerca de 70% na Índia, enquanto, na China, o percentual variou tipicamente entre 50% e 55% na última década.
Mas isso, na verdade, não era um problema — até agora.
Compras em queda e poupança em alta
Houve uma época em que os consumidores chineses brincavam sobre a atração irresistível do comércio eletrônico.
Eles se autodenominavam "cortadores de mãos" — somente cortando suas mãos, seria possível impedi-los de clicar no botão "comprar".
Quando o aumento da renda alimentou o poder de compra, o dia 11 de novembro na China passou a ser considerado o maior dia de compras do mundo.
Em 2019, a explosão das vendas atingiu mais de 410 bilhões de yuans (cerca de R$ 322,6 bilhões), em apenas 24 horas.
Mas o último 11 de novembro "foi um fracasso", segundo declarou à BBC um vendedor online de café em grãos de Pequim. "Quando muito, causou mais problemas do que lucro."
Os consumidores chineses passaram a ser mais frugais desde a pandemia. E esta cautela persistiu, mesmo após o levantamento das restrições, no final de 2022.
Naquele ano, as empresas Alibaba e JD.com pararam de publicar seus dados de vendas. Esta foi uma mudança significativa para empresas que, antes, divulgavam recordes de receita.
Uma fonte com conhecimento do assunto declarou à BBC que as autoridades chinesas alertaram as plataformas para não publicarem números.
O receio era que seus resultados decepcionantes pudessem minar ainda mais a confiança dos consumidores.
A crise de gastos atingiu até mesmo as marcas de luxo. No ano passado, as marcas LVMH, Burberry e Richemont informaram queda de vendas na China. Antes, o país era a espinha dorsal do mercado global de produtos de luxo.
Na rede social chinesa RedNote, postagens marcadas com "redução do consumo" acumularam mais de um bilhão de visualizações nos últimos meses.
Os usuários estão trocando dicas sobre como substituir compras caras por alternativas mais econômicas.
"Agora, aplico perfume entre meu nariz e os lábios – estou guardando só para mim", brinca um consumidor.
As vendas no dia 11 de novembro, 'o maior dia de compras do mundo', perderam o atrativo quando os consumidores chineses pararam de gastar dinheiro
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Mesmo no auge, o boom do consumo na China nunca foi páreo para as exportações do país.
O comércio internacional também foi objeto de generosos investimentos estatais, como estradas, portos e zonas econômicas especiais. A China dependia dos baixos salários dos trabalhadores e altos níveis de poupança das famílias, que alimentaram o crescimento, mas limitaram a renda disponível para o consumo.
Agora, com o crescimento das incertezas geopolíticas, os países estão diversificando suas cadeias de abastecimento e se afastando da China. Com isso, a confiança nas exportações chinesas diminuiu.
Os governos locais também estão sobrecarregados de dívidas, depois de anos tomando grandes empréstimos para investir, particularmente em infraestrutura.
Xi Jinping já prometeu "transformar a demanda doméstica na principal força direcionadora e âncora estabilizadora do crescimento".
A parlamentar chinesa Wang Caiyun, do Congresso Nacional do Povo, destacou que "com uma população de 1,4 bilhão, um aumento de apenas 1% da demanda cria um mercado de 14 milhões de pessoas".
Mas existe uma ressalva no plano de Pequim.
Para que o consumo dirija o crescimento, muitos analistas afirmam que o Partido Comunista Chinês precisaria restaurar a confiança dos consumidores — uma geração de formados durante a pandemia de covid que enfrentam dificuldades para comprar uma casa ou encontrar emprego. E também seria preciso gerar uma mudança cultural, de uma cultura de poupança para outra de gasto.
"O nível de consumo extraordinariamente baixo da China não existe por acaso", diz o pesquisador Michael Pettis, do Fundo Carnegie para a Paz Internacional.
"Ele é fundamental para o modelo de crescimento econômico do país, que permitiu a evolução de três a quatro décadas de instituições políticas, financeiras, jurídicas e comerciais na China. Mudar isso não será fácil."
Quanto mais crescem os gastos das famílias, menos dinheiro sobra nas poupanças que os bancos estatais chineses usam para financiar indústrias importantes.
Atualmente, estes setores incluem a inteligência artificial e a tecnologia inovadora que ofereceria a Pequim uma vantagem econômica e estratégica sobre Washington.
É por isso que alguns analistas duvidam que os líderes chineses estejam dispostos a criar uma economia puxada pelo consumo.
"Uma forma de analisar isso é observar que o objetivo principal do país não é promover o bem-estar das famílias chinesas, mas sim o bem-estar da nação chinesa", escreveu o pesquisador David Lubin, da organização sem fins lucrativos Chatham House, com sede em Londres.
A mudança de poder do Estado para o indivíduo pode não fazer parte dos planos de Pequim.
Os líderes chineses fizeram isso no passado, quando começaram a fazer comércio com o mundo, incentivando as empresas e atraindo investimentos externos. Agindo assim, eles transformaram a economia do país.
A grande questão é se o presidente Xi Jinping deseja fazer isso outra vez.
China e Canadá retaliam tarifas dos Estados Unidos
Apreensões de ovos, cujo preço disparou nos EUA, aumentou 158% na comparação com o fim do ano passado. EUA: contrabando de ovos maior que o de drogas
O contrabando de ovos, produto em escassez nos Estados Unidos e com preço disparado, já é maior que o de drogas em uma das fronteiras entre o México e os EUA.
Segundo dados das autoridades norte-americanas, as apreensões de ovos contrabandeados da cidade de Tijuana, no México, para a de San Diego, na Califórnia, aumentaram 158% este mês, na comparação com outubro do ano passado.
O aumento fez a quantidade de ovos apreendidos superar em dez vezes as apreensões de fentanil, um opioide que mata milhares de pessoas todos os anos nos EUA que chega ao país através do México, onde é produzido.
Desde outubro de 2025, policiais dessa fronteira específica fizeram 350 apreensões da droga e mais de 3.700 de produtos relacionados a aves.
Pessoas fazem fila para distribuição de ovos em Nova York diante de escassez e alto preço do produto em supermercados dos EUA, em 21 de março de 2025.
Julia Demaree Nikhinson/ AP
O motivo é a alta nos preços e a escassez de ovos nos Estados Unidos devido à gripe aviária. O vírus H5N1 dizimou quase 123 milhões de galinhas, perus e outras aves em 49 estados dos EUA desde o início dos surtos, em 2022.
As aves são abatidas para impedir o aumento da contaminação, o que resulta na diminuição da produção de ovos e no aumento dos preços para supermercados e consumidores. Só em dezembro do ano passado, cerca de 13 milhões de aves morreram devido à doença, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).
Só para se ter uma ideia, o preço do ovo no mercado americano mais do que dobrou em um ano.
Mas, no caso do contrabando, as autoridades americanas alertam que o barato pode sair caro: em primeiro lugar, porque a multa por entrar ilegalmente com ovos ou aves no país pode chegar a US$ 10 mil.
Outra questão é o risco de contaminação, uma vez que esses produtos não passam por inspeções sanitárias.