Nova taxa dos EUA sobre as importações da União Europeia foi anunciada no sábado (12). Em resposta, o bloco estendeu a suspensão de suas medidas contra o tarifaço para negociar. O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, e o presidente dos EUA, Donald Trump, em 25 de junho de 2025
BRENDAN SMIALOWSKI/Pool via REUTERS
Os países-membros da União Europeia consideram a ameaça de tarifa de 30% do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "absolutamente inaceitável", disse o ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, nesta segunda-feira (14).
A fala ocorreu durante uma coletiva de imprensa conjunta com o chefe de Comércio da UE, Maros Sefcovic, em Bruxelas, que reforçou a intenção do bloco econômico de negociar com os EUA.
"A UE nunca desiste sem um esforço genuíno, especialmente considerando o trabalho árduo investido, o quão perto estamos de fechar um acordo e os claros benefícios da solução negociada. Mas, como eu disse antes, são necessárias duas mãos para aplaudir", afirmou Sefcovic.
Segundo ele, os estados-membros da UE concordaram que o bloco vai precisar adotar contramedidas se as negociações comerciais fracassarem.
"Se nenhuma solução satisfatória puder ser encontrada, a UE permanece pronta para reagir, e isso inclui contramedidas robustas e proporcionais, se necessário", concordou o ministro Rasmussen.
Além disso, Rasmussen destacou que a União Europeia continua buscando novas parcerias estratégicas para diversificar suas relações comerciais. "E isso inclui os acordos com o Mercosul e o México, que precisamos finalizar o mais rápido possível", disse.
União Europeia declara que está pronta para responder às tarifas de Donald Trump
No início da semana passada, o presidente norte-americano adiou para 1º de agosto o início da aplicação das chamadas "tarifas recíprocas" anunciadas em abril.
Desde então, começou a enviar cartas a líderes de diversas nações parceiras comerciais dos EUA estabelecendo taxas mínimas para negociação. Até agora, foram feitas 25 notificações e a maior taxa anunciada ficou com o Brasil. (veja o infográfico abaixo)
A tarifa de 30% sobre as importações da União Europeia foi divulgada no sábado (12). Em resposta, o bloco decidiu estender a suspensão de suas medidas contra o tarifaço até o início de agosto, visando uma solução negociada para o comércio com Washington, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no domingo (13).
Um primeiro pacote de contramedidas às tarifas americanas sobre aço e alumínio, que atingiriam 21 bilhões de euros (US$ 24,6 bilhões) em produtos americanos, foi suspenso em abril por 90 dias para dar tempo às negociações. A suspensão expiraria na segunda-feira.
Um segundo pacote está em andamento desde maio e teria como alvo 72 bilhões de euros em produtos americanos, mas essas medidas ainda não foram divulgadas e a lista final precisa da aprovação dos Estados-membros.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Tarifas do Trump
Luisa Rivas/g1
O presidente da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) afirmou que, caso a tarifa de 50% seja mantida, os produtores avaliam dividir o custo com os importadores. Mercado de mel impactado: anúncio de taxação por Donald Trump prejudica a exportação
A Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) informou nesta segunda-feira (14) que o embarque de contêineres com 95 toneladas de mel orgânico produzido no Piauí foi liberado na noite de domingo (13), após um apelo feito pelos produtores aos clientes nos Estados Unidos.
A carga estava inicialmente programada para ser embarcada na última sexta-feira (11), mas os compradores solicitaram a suspensão, temendo que o produto chegasse aos Estados Unidos já sob a vigência da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
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Os contêineres já estavam no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE), distante a mais de 500 km da Casa Apis, localizada no município de Picos, a 314 km ao Sul de Teresina.
"Há mais de 15 anos trabalhamos com esses clientes. Na sexta-feira, fomos surpreendidos com a solicitação de suspensão do envio. Graças a Deus, recebemos a notícia ontem (13) à noite de que o embarque foi liberado, atendendo à nossa solicitação feita aos clientes", afirmou Sitônio Dantas, presidente da Casa Apis.
O empresário explicou que a carga foi dividida entre diferentes navios, com rotas distintas, o que fará com que o mel chegue aos Estados Unidos em datas variadas — em alguns casos, possivelmente já sob a vigência da nova tarifa.
“Eles atenderam ao nosso apelo por conta da parceria de anos. Alguns lotes devem chegar antes do dia 1º, mas outros podem desembarcar depois. Mesmo assim, eles assumiram esse risco em resposta à nossa solicitação”, afirmou Sitônio.
O g1 apura o destino de outra carga, de mais de 500 toneladas de mel, que enfrentava neste domingo (13) o mesmo entrave e estava parada no porto.
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Contratos seguem mantidos e partes avaliam alternativas
O presidente da Casa Apis esclareceu que, embora o embarque tenha sido cancelado inicialmente, os acordos firmados com os clientes seguem mantidos.
A expectativa é de que cerca de mil toneladas adicionais de mel sejam enviadas até o fim do ano, somando-se às mil toneladas já exportadas entre janeiro e junho.
"O que havia sido suspenso era o embarque, não os negócios. Nós temos contratos com essas empresas firmados até dezembro. Podemos dizer que estamos na metade desses contratos", explicou Sitônio.
O empresário afirmou que as cooperativas já avaliam como deverão proceder caso o tarifaço seja mantido. "Agora é esperar até o dia 1º de agosto para a gente ver como fica essa situação", disse.
"Provavelmente, se permanecer 50%, o que é inviável para quase todos os negócios, vamos negociar, e o consenso é de que vamos dividir essa despesa entre nós, exportadores e importadores", completou.
Sitônio relatou que o setor já enfrenta outro desafio: a estiagem. “A seca comprometeu nossa safra, e a previsão é de uma queda em torno de 40% na produção em 2025. E agora mais essa questão [o tarifaço]. Vamos torcer e pedir a Deus para que tudo se encaminhe para um desfecho positivo”, disse.
Os Estados Unidos consomem 80% do mel produzido no Brasil. Em 2024, embora não tenha sido o maior estado produtor, o Piauí liderou o ranking brasileiro de exportação de mel para o país.
Tarifaço de Trump: Clientes dos EUA voltam atrás e contêineres com toneladas de mel são embarcados
Reprodução/TV Clube
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Prefeito de São Paulo argumentou que todo governante tem a obrigação de defender os interesses da população que representa. Tarifaço de Trump: Nunes diz que 'as coisas não podem se misturar'
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), comentou nesta segunda-feira (14) o tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros em reação aos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro na Justiça e disse que "as coisas não podem se misturar".
Em entrevista à GloboNews, ao ser questionado se apoia a anistia a Bolsonaro em troca do fim da tarifa extra de 50%, Nunes respondeu:
Acho que as coisas não podem se misturar até porque não tem nem como se misturar.
Nunes disse ainda que "a questão das tarifas não é uma coisa assim que o chefe de Estado define de forma unilateral". "Existe toda uma conjuntura", afirmou.
Aliado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Nunes saiu em defesa dele e disse que, assim como todo governante, ambos têm a obrigação de defender o interesse da população.
"E pode ser o Trump, pode ser a União Europeia, que for colocar alguma taxa sobre produtos brasileiros, em especial de São Paulo, a gente vai ser obviamente contra e não tem como você querer misturar uma coisa com a outra, em hipótese alguma. Os interesses do estado de São Paulo têm que ser defendidos pelo governador, os interesses do país, pelo presidente e os interesses do município, pelo prefeito", afirmou.
Prefeito Ricardo Nunes (MDB) em entrevista à GloboNews
Reprodução/GloboNews
Num primeiro momento, Tarcísio culpou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo tarifaço, mas, diante da repercussão negativa, mudou o tom do seu discurso e disse que o momento agora é unir esforços para conter os efeitos da medida.
Ministros do governo reagiram às criticas de Tarcísio a Lula ao dizer que o presidente "colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado" e que "a responsabilidade é de quem governa".
Aliado de Bolsonaro, Tarcísio é cotado para disputar a Presidência contra o atual presidente em 2026.
O anúncio de Trump foi recebido com espanto por especialistas no Brasil e no mundo, que destacaram a motivação política da decisão. "Ele [Trump] mencionou a iminente condenação do Bolsonaro", disse, em entrevista à GloboNews, o ex-presidente do Banco Central Alexandre Schwartsman.
"Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos", escreveu o economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel.
Entidades da indústria e da agropecuária brasileira também manifestaram preocupação com o anúncio e afirmaram que as taxas ameaçam empregos no setor.
Carta ao Brasil teve teor político e citou Bolsonaro
Em carta enviada ao presidente Lula na qual justifica a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Bolsonaro e disse ser "uma vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Após o anúncio, Lula afirmou que o Brasil "não aceitará ser tutelado por ninguém" e que o aumento unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras será respondido com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
O petista declarou ainda que o processo judicial contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 é de competência exclusiva da Justiça brasileira. (leia mais abaixo)
Na carta, Trump afirmou, sem provas, que sua decisão de aumentar a taxa sobre o país também foi tomada "devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos".
Segundo o documento, a tarifa de 50% será aplicada sobre "todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os EUA, separada de todas as tarifas setoriais existentes". Produtos como o aço e o alumínio, por exemplo, já enfrentam tarifas de 50%, o que tem impactado diretamente a siderurgia brasileira.
A tarifa de 50% anunciada por Trump é a mais alta entre as novas taxas divulgadas.
Ao justificar a medida, Trump também afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é "injusta". Disse que barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil "causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os EUA".
Apesar do argumento, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram o contrário. O Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009 — ou seja, há 16 anos. Isso significa que o Brasil gastou mais com importações do que arrecadou com exportações.
Trump anuncia taxa de 50% ao Brasil
Programa Carro Sustentável isenta de IPI os veículos compactos com alta eficiência energética-ambiental fabricados no Brasil. Hyundai HB20 2024
divulgação/Hyundai
A Hyundai anunciou nesta segunda-feira (14) os novos preços para sua linha de carros populares, após a assinatura do decreto do programa Carro Sustentável pelo Ministério da Indústria, Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC). Para alguns modelos, os impostos foram totalmente zerados.
Como parte do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que busca incentivar a produção de veículos mais eficientes, o governo não apenas oficializou o programa Carro Sustentável — que entrou em vigor na sexta-feira (11) — como também anunciou a redução do IPI para veículos que não atendem a todos os critérios do programa voltado aos carros populares.
Com isso, a Hyundai resolveu, após o anúncio das concorrentes, adotar uma nova política de preços, conforme detalhado abaixo. Os carros que receberam ajuste são movidos com motor 1.0 aspirado e pertencem às versões de entrada e intermediária do HB20 hatch e sedan.
Os descontos ainda não valem para o restante do portfólio da marca, como o Hyundai Creta. Diferentemente do que fez a Volkswagen, por exemplo, com o Nivus, que passou a oferecer desconto para a configuração topo de linha Highline.
E a configuração Platinum do HB20 e do HB20S, a mais completa, ficou de fora. Contudo, os descontos já valem para o HB20 e HB20S 2025/2026.
Veja os preços e condições:
HB20 Comfort 2025/2026: de R$ 95.790 por R$ 83.990; redução de R$ 11.800 com pagamento à vista;
HB20 Limited 2025/2026: de R$ 99.990 por R$ 87.990; redução de R$ 12 mil;
HB20S Comfort 2025/2026: de R$ 103.010 por R$ 93.990; redução de R$ 9.020 com pagamento à vista;
HB20S Limited 2025/2026: de R$ 106.490 por R$ 99.490; redução de R$ 7 mil.
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IPI Verde
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (10) dois programas para reduzir as alíquotas de carros populares. O decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e regulamenta o programa Mover e cria o programa Carro Sustentável.
O programa Carro Sustentável zera a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos compactos com alta eficiência energética-ambiental fabricados no Brasil.
Para ter direito ao IPI zero, o carro deve:
Emitir menos de 83g de CO₂ por quilômetro
Conter mais de 80% de materiais recicláveis
Ser fabricado no Brasil (etapas como soldagem, pintura, fabricação do motor e montagem)
Se enquadrar em uma das categorias de carro compacto.
Para os demais veículos, o decreto estabelece um novo sistema de cálculo do IPI, que entra em vigor em 90 dias.
A nova tabela parte de uma alíquota base de 6,3% para veículos de passageiros e de 3,9% para comerciais leves, que será ajustada por um sistema de acréscimos e decréscimos.
O cálculo levará em conta critérios como eficiência energética, tecnologia de propulsão, potência, nível de segurança e índice de reciclabilidade.
Segundo o governo, o decreto não terá impacto fiscal.
Hyundai reajusta preços após anúncio de redução de IPI do Governo Federal
Divulgação | Hyundai
O decreto prevê ainda que veículos com melhores indicadores receberão descontos nos impostos, enquanto os com piores avaliações sofrerão um acréscimo.
O governo estima uma redução das alíquotas para 60% dos veículos comercializados no Brasil, considerando o número de carros vendidos em 2024.
Governo e mercado financeiro esperam desaceleração da economia neste ano por conta dos juros altos pra conter inflação; analistas dos bancos preveem alta do PIB de 2,23% em 2025. 'Prévia do PIB' do Banco Central tem retração de 0,7% em maio O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central do Brasil (BC) nesta segunda-feira (14), mostrou retração de 0,7% em maio na comparação com o mês anterior. O cálculo é feito após ajuste sazonal — ou seja, uma forma de comparar períodos diferentes. Maio representou a primeira queda do indicador neste ano. A última vez que o IBC-Br teve contração foi em dezembro do ano passado (-0,9%). Na comparação com maio de 2024, a chamada prévia do PIB do BC teve alta de 3,2% (sem ajuste sazonal). Na parcial do ano, a alta do indicador foi de 3,4% e, em doze meses até maio de 2025, o crescimento foi de 4%. 🔎O IBC-Br é considerado um tipo de "prévia" mensal do Produto Interno Bruto (PIB) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país, que mede a evolução da economia. Analistas veem desaceleração em 2025 O ritmo de crescimento da economia brasileira surpreendeu os economistas ao registrar uma expansão de 3,4% em 2024, bem acima das expectativas iniciais. Para este ano, entretanto, o cenário projetado pelos analistas é de desaceleração do ritmo de crescimento da economia, sobretudo por conta do processo de alta dos juros (para conter a inflação) que vem sendo implementado pelo Banco Central nos últimos meses. Para 2025, a projeção do mercado financeiro é de uma expansão de 2,23%, bem abaixo do crescimento registrado no ano passado. O Banco Central, por sua vez, tem explicado que conta justamente com uma desaceleração da economia em 2025 para conter pressões inflacionárias. A instituição tem indicado que, enquanto não houver sinais mais claros de contenção da atividade, deve manter uma política mais dura de juros. Em maio, o BC informou que o juro alto já está freando a economia e estimou que o impacto nos empregos deve se aprofundar. Em junho, o Copom elevou a taxa básica de juros para 15% ao ano, maior patamar em quase 20 anos. E indicou que deve manter a taxa estável por um período prolongado de tempo. A maior parte dos economistas do mercado financeiro acredita que o Copom deve começar a baixar os juros somente em 2026. PIB x IBC-Br Os resultados do IBC-Br são considerados uma "prévia do PIB". Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto. O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE). O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
A moeda americana avançou 2,28% na semana em que os EUA definiram taxa de 50% aos produtos brasileiros. Já a bolsa de valores brasileira encerrou a semana em queda de 3,59%, aos 136.187 pontos. Dólar abre o dia em alta com foco nas tarifas dos EUA
O dólar oscila nesta segunda-feira (14), com os mercados financeiros globais mais uma vez concentrados na política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
🪙 Por volta das 11h, a moeda norte-americana caía 0,04%, cotada a R$ 5,5457. Já o Ibovespa operava em queda de 0,50%, aos 135.503 pontos.
Na semana passada, quando Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, o dólar avançou 2,28% frente ao real, enquanto o Ibovespa acumulou queda de 3,59%, encerrando aos 136.187 pontos.
▶️ Embora a nova taxa só passe a valer em agosto, investidores já avaliam os efeitos da medida para alguns exportadores brasileiros. Empresas de mel e pescados, por exemplo, tiveram pedidos cancelados por empresários americanos, com medo de que os produtos cheguem aos EUA já sujeitos à tarifa de 50%.
▶️ Além disso, aguardam os próximos passos do governo brasileiro em relação ao tarifaço. Ainda nesta segunda (14), um comitê de empresários deve ser criado para tratar de saídas para a crise. O governo trabalha para tentar reverter a tarifa, mas também não descarta o uso da lei da reciprocidade para retaliar os EUA. (leia mais abaixo)
▶️ No cenário internacional, o último anúncio de Trump sobre o tarifaço foi a imposição de taxas de 30% para o México e a União Europeia (UE), que agora estudam as possibilidades de negociações para amenizar o impacto das tarifas.
▶️ Por fim, o mercado financeiro no Brasil também repercute a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, que teve a primeira queda do ano, de 0,7%.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +2,28%;
Acumulado do mês: +2,11%;
Acumulado do ano: -10,22%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -3,59%;
Acumulado do mês: -1,98%;
Acumulado do ano: +13,22%.
Primeiros impactos das tarifas
Mercado de mel impactado: anúncio de taxação por Donald Trump prejudica a exportação
Exportadores brasileiros já têm sentido os efeitos da tarifa de 50%. No Piauí, o Grupo Sama, uma das maiores processadoras e exportadoras de mel orgânico do mundo, sofreu com o cancelamento imediato de 585 toneladas do produto.
Parte da carga já estava até no porto, pronta para o envio. Agora, com o cancelamento, o produto gera custo de armazenamento, pois precisa ficar guardado em câmaras refrigeradas.
Outro setor já impactado é o de pescados. Menos de 24 horas após o anúncio das tarifas, importadores dos EUA cancelaram suas compras, o que levou ao desembarque de 58 contêineres de peixes, lagostas e camarões em três portos do Nordeste.
De acordo com o consultor em comércio internacional Welber Barral, apesar de alguns exportadores já estarem enfrentando os efeitos da medida, o impacto mais forte deve começar a ser sentido em agosto — especialmente se a tarifa de 50% for, de fato, aplicada.
Como uma carga pode levar até um mês para chegar aos EUA, muitas já foram despachadas na tentativa de desembarcar antes do dia 1º de agosto, quando a taxação entra em vigor, explica Barral.
Entre os setores que devem ser afetados pela tarifa, também estão o de café, de carne bovina e de suco de laranja, produtos que lideram as vendas do Brasil para os EUA. As exportações de petróleo e de aeronaves também podem ser fortemente impactadas.
Outra preocupação no Brasil é a inflação. O mercado financeiro reagiu mal à nova taxa e o dólar subiu forte na semana do anúncio de Trump.
"Se o dólar permanecer alto, a inflação no Brasil persiste e o Banco Central mantém os juros altos [atualmente no patamar de 15%, o maior em quase 20 anos]. Isso desacelera a economia e pode entrar em recessão", alerta o economista Robson Gonçalves, professor de MBAs da FGV.
Brasil estuda como responder Trump
Camarotti: Brasil vai negociar com firmeza tarifaço de Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu, na noite deste domingo (13), ministros e o presidente do Banco Central, no Palácio da Alvorada, residência oficial, para discutir os próximos passos que o governo deve dar em relação ao tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos.
Entre os assuntos que foram discutidos, está a criação de um comitê de empresários para tratar de saídas para a crise, que deve acontecer ainda na manhã de segunda-feira (14).
De acordo com apurado pelo blog do Valdo Cruz, Lula quer mostrar que o tarifaço é um problema do país e não só do governo e que, por isso, todos devem se unir para proteger a economia brasileira, independentemente de suas preferências partidárias.
Também neste domingo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso publicou uma carta pública em defesa da democracia e disse que diferentes visões de mundo "não dão direito a ninguém de torcer a verdade".
O ministro ainda chamou os argumentos do governo americano para o tarifaço de "compreensão imprecisa" dos fatos ocorridos nos últimos anos.
🔎 A fala tem relação com a carta enviada por Trump para anunciar a tarifa de 50%. No documento, o presidente norte-americano justificou a elevação das taxas atacando o julgamento de Jair Bolsonaro no STF e as ações sobre as grandes empresas de redes sociais — as big techs.
Por isso, em notas, discursos e publicações nas redes sociais, o presidente Lula tem dito que o Brasil é um país soberano e que não aceitará ser tutelado por ninguém. Ele também tem afirmado que, embora o país ainda aposte nas negociações com os americanos, usará a lei da reciprocidade se for necessário.
Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o governo vai editar até esta terça (15) o decreto que regulamenta a lei. (entenda mais sobre a medida)
Trump diz, porém, que se o Brasil reagir elevando suas próprias tarifas, os EUA aumentarão ainda mais as taxas sobre produtos brasileiros.
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Tarifas contra o México, UE e mais
União Europeia declara que está pronta para responder às tarifas de Donald Trump
Na semana passada, o presidente Donald Trump prorrogou até 1º de agosto a trégua tarifária iniciada em abril, dando mais três semanas para concluir acordos comerciais ainda pendentes. No entanto, em um movimento de pressão, publicou 25 cartas notificando mudanças tarifárias a países parceiros.
As últimas notificações foram enviadas ao México e a União Europeia, que receberam taxas de 30%. Além disso, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as importações de cobre nos EUA e de até 200% sobre produtos farmacêuticos.
Em resposta, a União Europeia estendeu a suspensão das medidas do bloco contra o tarifaço até o início de agosto, visando uma solução negociada para o comércio com Washington.
🔎 A volta das atenções de Trump para as tarifas reacende preocupações sobre eventuais efeitos dessas taxas na inflação dos EUA e do mundo. Isso porque a leitura dos investidores é que as taxas impostas por Trump podem acabar aumentando os custos de produção baseados em produtos importados e, consequentemente, elevar os preços ao consumidor.
Caso se concretize, esse cenário tende a pressionar a inflação norte-americana e pode forçar o Fed a manter os juros do país altos por mais tempo — o que, por sua vez, também poderia fortalecer o dólar e afetar as taxas de juros de outros países pelo mundo.
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Tarifas do Trump: o que está valendo e o que está previsto?
Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
Especialistas consultados pelo g1 ressaltam que anúncio gera incerteza para a economia da região de Piracicaba e preocupa diretamente os setores mais atuantes, como agroindústria, metalmecânico e, nos últimos 20 anos, indústria automotiva e tecnologia. Trump anuncia taxa de 50% ao Brasil
O anúncio da aplicação de tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode afetar diferentes setores da economia em cidades da região de Piracicaba (SP).
A nova taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto e, até a última quarta-feira (9), o valor previsto era a maior entre os 22 países listados.
Os especialistas consultados pelo g1 ressaltam que o anúncio gera incerteza para o economia regional, especialmente em Piracicaba, e preocupa diretamente os setores mais atuantes, como o da agroindústria, metalmecânico e, nos últimos 20 anos, na indústria automotiva e de tecnologia.
Os reflexos também poderão atingir a população em geral, em termos de consumo e renda.
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O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras (Simespi), Erick Gomes, afirma que a decisão do governo "preocupa profundamente" o setor.
"Essa medida, com claros contornos políticos, impactará diretamente a indústria metalmecânica nacional e, em especial, as empresas de Piracicaba e região, que têm tradição exportadora. O aumento abrupto dos custos compromete a competitividade dos nossos produtos no mercado americano, gerando riscos de queda nas exportações, perdas financeiras e possível retração na geração de empregos", declarou em nota.
Resposta rápida
O Simespi defende uma resposta rápida e coordenada entre setor produtivo e governo federal, buscando diálogo diplomático, compensações comerciais e apoio à diversificação de mercados.
"É preciso agir com firmeza para proteger a indústria, preservar empregos e garantir a continuidade do desenvolvimento regional", concluiu.
Safra de cana-de-açúcar pode perder produtividade onda de calor e falta de chuvas se prolongarem, afirma o vice-presidente da Coplacana de Piracicaba
Claudia Assencio/g1
Pano de fundo político
Carlos Vian, professor e pesquisador do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), o campus da USP em Piracicaba, analisa que existe um elemento político, diferente do primeiro anúncio tarifário, feito no início do ano.
"Na verdade, tem um componente a mais, além do que era plano do presidente Donald Trump de reindustrialização americana, de atrair de volta setores que se tornaram importadores e mesmo empresas que, atualmente, produzem com unidades internacionais. Dessa vez, as medidas têm um conteúdo um pouco mais político", aponta o pesquisador da USP.
Ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro (PL) e disse ser "uma vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Após o anúncio, o presidente Lula afirmou que o Brasil "não aceitará ser tutelado por ninguém" e que o aumento unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras será respondido com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
Planta da Caterpillar Brasil em Piracicaba
Claudia Assencio/ G1
Cenário de incerteza
Vian ressalta que cerca de 30% a 40% das exportações brasileiras, principalmente da indústria, são para o mercado norte-americano.
"Temos grandes empresas multinacionais americanas instaladas na região de Piracicaba, com estratégias inclusive de produção de equipamentos para abastecer o mercado mundial. Isso provoca grande incerteza sobre como vai ser o comportamento dessas exportações a partir de agosto. Se isso realmente se efetivar, os negócios dessas empresas serão afetados e poderá ter resultados danosos", observa.
Centro de Piracicaba
Claudia Assencio/g1
Reflexos para a população regional
O economista e professor da área de Gestão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), no campus de Piracicaba (SP), Igor Vasconcelos Nogueira, pontua que os reflexos da medida tarifária, caso seja efetivada, não se trata apenas de uma questão empresarial.
O especialista considera que o tarifaço poderá gerar consequências diretas também para a população, enquanto classe trabalhadora e consumidora. "Os impactos reverberarão diretamente na vida dos cidadãos", alerta. Nogueira elencou os campos mais afetados. Leia, abaixo:
Emprego: "A diminuição das exportações para os EUA pode levar à estagnação ou, em casos mais drásticos, à redução de postos de trabalho nas indústrias e serviços ligados à exportação. Isso afeta não só o emprego direto, mas toda a rede de fornecedores e prestadores de serviço", aponta o professor do IFSP.
Renda e Consumo: "Com menos empregos ou salários mais contidos devido à pressão competitiva, a renda disponível da população pode ser afetada, impactando o comércio local e o consumo", disse.
Investimento Local: "A incerteza ou a menor atratividade do mercado exportador para os EUA pode desestimular novos investimentos em Piracicaba e região, freando o crescimento econômico e a geração de riqueza", concluiu.
Brasil tem a maior tarifa
Editoria de arte do g1
'Crise pode ser oportunidade'
Igor Nogueira elenca ainda quais são os desafios, as estratégias e caminhos possíveis para contornar o cenário e as oportunidades que se abrem na região de Piracicaba diante das novas barreiras comerciais impostas pelo Tarifaço de Trump.
"A região de Piracicaba, historicamente vocacionada para a agroindústria, o setor metalomecânico e, mais recentemente, a indústria automotiva e de tecnologia, possui uma interligação significativa com o mercado norte-americano", afirma.
📝Veja, abaixo, os setores mais afetados, segundo análise do especialista:
🌱Setor Sucroenergético: "Piracicaba e o entorno são epicentros da produção de açúcar e etanol. Embora as exportações de etanol para os EUA já enfrentem barreiras históricas e o açúcar tenha cotas específicas, um tarifaço generalizado pode, indiretamente, aumentar a pressão sobre o mercado doméstico ou desviar o foco de investimentos que antes consideravam o potencial de crescimento do mercado americano para outros fins.
Além disso, derivados e produtos de maior valor agregado que busquem esse mercado enfrentarão um custo proibitivo", diz.
🔧Indústria Metalomecânica: "A região abriga importantes fabricantes de máquinas e equipamentos. O documento 'Tarifaco Trump' detalha que alguns segmentos industriais podem ser alvos diretos ou indiretos das novas taxas".
🚜 Máquinas Agrícolas: Para o maquinário agrícola e componentes, que podem ser exportados, um aumento de 50% na tarifa de importação tornará os produtos de Piracicaba consideravelmente mais caros e menos competitivos frente a outros fornecedores ou à produção interna americana. Isso pode levar à perda de contratos e, consequentemente, à redução da produção local", pontua.
🏭Pequenas e Médias Empresas (PMEs) Exportadoras: As notícias sobre exportações da região mostram um crescente número de PMEs buscando o mercado internacional, segundo Nogueira.
"Essas empresas, muitas vezes com menor capacidade de absorver choques de custo, serão as mais vulneráveis. O aumento repentino e expressivo das tarifas pode inviabilizar suas operações de exportação para os EUA, forçando-as a buscar novos mercados de forma emergencial, o que demanda tempo e investimento", avalia.
👨🏭Cadeia Logística e de Serviços: Indiretamente, o setor de transportes, armazenagem e serviços de comércio exterior em Piracicaba sentirá a retração. "Menos mercadorias exportadas significam menos demanda por esses serviços, impactando toda a cadeia de valor", analisa Nogueira.
Novos mercados
O professora ainda aponta que a dependência do mercado americano precisa ser urgentemente reduzida. "É o momento de prospecção e consolidação de novos mercados. Países da América Latina, a pujante União Europeia, os gigantes asiáticos (especialmente China e Índia) e as nações africanas em crescimento representam alternativas viáveis e promissoras", detalha.
"Além disso, a história econômica da nossa região demonstra resiliência e uma notável capacidade de adaptação. A crise pode e deve ser um catalisador para a reestruturação e o fortalecimento de nossa economia, abrindo portas para oportunidades antes menos exploradas", pondera.
Agronegócio
Pensando no Brasil como um todo para o agronegócio, porque o país é exportador de uma série de produtos para os Estados Unidos.
"Exportamos açúcar, exportamos alimentos, eventualmente são exportações esporádicas, mas eventualmente exportamos etanol. Temos uma negociação da parte de proteína animal bastante irrelevante e essas tarifas vão realmente afetar aí o processo", aponta Carlos Vian, da Esalq.
"Espero que o governo brasileiro, embora tenha reagido pelo lado da retaliação, possa se equalizar e partir para uma negociação com os americanos para tentar reverter essas tarifas", concluiu.
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Tarifaço e suco de laranja: safra brasileira tem receita recorde com exportação, mas setor teme queda na demanda dos EUA; entenda
Suco de laranja 🍊
O volume de suco de laranja exportado pelo Brasil na safra 2024/25, que se encerrou em junho deste ano, foi o menor em quase 30 anos, mas a receita com os embarques foi recorde. O futuro do setor de citrus, no entanto, segue incerto. Agentes do mercado nacional demonstram incerteza quando o assunto é o novo tarifaço anunciado pelo Presidente Donald Trump. - Entenda mais, abaixo.
Na comparação com a safra anterior, a receita cresceu 28,4%, totalizando US$ 3,48 bilhões, conforme dados do boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) do campus da USP em Piracicaba (SP), divulgado nesta sexta-feira (11).
Oferta restrita: apesar do cenário de incerteza quanto à recuperação plena do consumo externo de suco e de uma safra 'turbulenta', nas palavras dos pesquisadores da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq-USP), o impacto da elevação de 10% nas tarifas foi minimizado pela oferta restrita do Brasil, que sustentou os embarques.
Carta de Trump ao Brasil tem a tarifa mais alta
Agentes do setor de citricultura, consultados pelo Cepea, demonstraram receio de que demanda internacional não se restabeleça completamente.
"Ora devido à estagnação do consumo, ora pelos efeitos ainda indefinidos dos aumentos tarifários implementados pelo governo Trump sobre produtos brasileiros", analisam.
"No entanto, permanece incerta a magnitude dos efeitos de um possível aumento tarifário para patamares de até 50% sobre o suco de laranja, especialmente diante da perspectiva de maior produção nacional nas próximas temporadas", destacam.
Assim, ainda conforme o Centro de Pesquisas, o acúmulo de divisas oriundas das exportações na temporada 2024/25 foi extremamente favorável, permitindo ao setor uma capitalização importante frente aos desafios futuros.
Suco de laranja tem menor volume exportado na safra 24/25, mas atinge receita recorde
Jornal Nacional/ Reprodução
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Números foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (14). Projeção dos analistas dos bancos para o crescimento do PIB em 2026 continuou em 2,23%. Os economistas do mercado financeiro reduziram sua estimativa de inflação deste ano pela sétima semana seguida. As expectativas, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam no relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Banco Central (BC). ➡️ Para a inflação de 2025, a estimativa do mercado recuou de 5,18% para 5,17%. Mesmo assim, continua bem acima do teto da meta, que é de 4,5%. ➡️ Para 2026, a expectativa de inflação ficou estável em 4,50%. ➡️ Para 2027, a expectativa continuou em 4%. ➡️ Para 2028, a expectativa de inflação permaneceu em 3,80%. Desde o início de 2025, quando entrou em vigor o sistema de meta contínua, o objetivo é 3% – e será considerado cumprido se a inflação variar entre 1,5% e 4,5%. Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente. Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação calculada em 12 meses até meados de 2026. Desde janeiro, a inflação acumulada em 12 meses é comparada com a meta e com o intervalo de tolerância. Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida. Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos. Com a inflação por seis meses acima do teto do sistema de metas em junho, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, teve de enviar, na semana passada, uma carta pública ao ministro Fernando Haddad explicando os motivos para o novo estouro da meta. Segundo ele, a inflação brasileira ficou acima do teto do sistema de metas (4,5%) em doze meses até junho devido à atividade econômica aquecida, ao câmbio, ao custo da energia elétrica, além de anomalias climáticas. 🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento. Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA Produto Interno Bruto Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, a projeção do mercado continuou em 2,23%. ➡️ O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia. Já para 2026, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro subiu de 1,86% para 1,89%. Taxa de juros Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros neste ano. Para o fechamento de 2025, a projeção do mercado para o juro básico da economia continuou em 15% ao ano — atual patamar do juro básico. Para o fim de 2026, o mercado financeiro manteve a projeção em 12,50% ao ano. Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado continuou em 10,50% ao ano. Outras estimativas Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC: Dólar: a projeção da taxa de câmbio para o fim de 2025 recuou de R$ 5,70 para R$ 5,65. Para o fim de 2026, a estimativa caiu de R$ 5,75 para R$ 5,70. Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2025, a projeção recuou de US$ 73 bilhões para US$ 70,9 bilhões de superávit. Para 2026, a expectativa para o saldo positivo permaneceu em US$ 77,9 bilhões de superávit. Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa de ingresso permaneceu inalterada também em US$ 70 bilhões.
Doze mil pequenos produtores foram afetados em um dos cancelamentos de remessa do produto para os Estados Unidos. Tarifaço atinge mel piauiense: a taxação de 50% vai comprometer a exportação do produto
As exportações de mel orgânico do Piauí para os Estados Unidos foram diretamente afetadas pelo anúncio de Donald Trump de que vai impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
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O g1 elaborou perguntas e respostas para ajudar a entender por que, mesmo sem estar em vigor, a nova taxa já afeta a produção de mel.
O que aconteceu com as exportações de mel orgânico do PI para os EUA?
Quantas toneladas de mel foram afetadas?
Por que os compradores dos EUA cancelaram os pedidos?
Quem são os produtores afetados?
Qual é a importância do Piauí na exportação de mel?
O que acontecerá com o mel que já estava pronto para exportação?
Há alguma tentativa de reverter os cancelamentos?
Qual o impacto econômico da tarifa de Trump para o setor?
1. O que aconteceu com as exportações de mel orgânico do Brasil para os EUA?
O tarifaço de Trump, anunciado na quarta-feira (9), causou o cancelamento imediato de grandes encomendas de mel orgânico brasileiro destinadas ao mercado norte-americano.
O Brasil é um dos maiores produtores de mel do mundo. O Piauí é um dos líderes dessa produção nacional tendo sido campeão várias vezes.
2. Quantas toneladas de mel foram afetadas?
Duas grandes operações foram canceladas:
585 toneladas de mel orgânico do Grupo Sama, uma das maiores exportadoras do mundo;
95 toneladas de mel da cooperativa Casa Apis, localizada no Sul do Piauí.
3. Por que os compradores dos EUA cancelaram os pedidos?
Os importadores temem que o mel chegue aos EUA após a entrada em vigor da nova tarifa, o que aumentaria significativamente o custo do produto.
Só no caso do Grupo Sama, o impacto seria de cerca de US$ 6 milhões a mais no valor da carga.
4. Quem são os produtores afetados?
Pelo menos 12 mil pequenos produtores do Nordeste brasileiro que vendem para o Grupo Sama, especialmente dos estados do Piauí, Ceará, Maranhão e Bahia, foram impactados. O mel que eles fornecem é beneficiado em indústrias no Piauí e em São Paulo antes da exportação.
5. Qual é a importância do Piauí na exportação de mel?
Os Estados Unidos consomem 80% do mel produzido no Brasil. Em 2024, o Piauí liderou o ranking brasileiro de exportação de mel para o país, embora não tenha sido o maior produtor.
"O Piauí é o 22º estado em exportações para os EUA. Mesmo assim, tem uma relação muito forte. Em torno de 85% da nossa exportação de mel vai para o mercado americano", aponta o gestor corporativo da Área Internacional e Mercado das Federações das Indústrias do Piauí (Fiepi), Islano Marques.
6. O que acontecerá com o mel que já estava pronto para exportação?
No caso do Grupo Sama, parte da carga já estava no porto, outra em beneficiamento e o restante ainda em trânsito. Com o cancelamento, o produto precisa ser armazenado em câmaras refrigeradas, o que gera custos adicionais para as empresas.
7. Há alguma tentativa de reverter os cancelamentos?
Sim. A Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), informou que está tentando negociar com os clientes norte-americanos para manter, ao menos, o embarque dos contêineres que já estão prontos no porto.
8. Qual o impacto econômico da tarifa de Trump para o setor?
Além do prejuízo imediato com os cancelamentos, o setor teme uma queda nas exportações e aumento nos custos logísticos. O mel orgânico brasileiro pode perder competitividade no mercado internacional.
Após tarifaço de Trump, exportador de mel orgânico perde venda de 585 toneladas
Arquivo pessoal/Sávio Magalhães/TV Clube
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O g1 fez um mapa em que é possível pesquisar o nome da cidade e verificar se ela está entre os municípios onde serão aplicadas as provas objetiva e discursiva. CNU 2025 tem edital publicado: veja datas, vagas e como se inscrever
As provas da segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) serão aplicadas em 228 cidades distribuídas pelas cinco regiões do Brasil.
A seleção deste ano oferece 3.652 vagas para cargos de níveis médio, técnico e superior, com salários iniciais que variam de R$ 4 mil a R$ 16,4 mil.
➡️ CLIQUE PARA VER O EDITAL COMPLETO
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As inscrições estão abertas até o dia 20 de julho e devem ser realizadas exclusivamente pelo site da Fundação Getulio Vargas (FGV), organizadora do concurso.
No mapa abaixo, é possível pesquisar o nome da cidade e verificar se ela está entre os municípios onde serão aplicadas as provas objetiva e discursiva.
💼 Vagas, órgãos participantes e distribuição por cidades
🔍 Diferentemente da edição anterior, que contou com oito editais, um para cada bloco temático, o processo seletivo será regido por um único edital. O documento traz informações detalhadas sobre as vagas, salários, conteúdo programático das provas, critérios de classificação e composição das notas finais.
Nesta edição, os cargos estão distribuídos em nove blocos temáticos, que agrupam as vagas por áreas de atuação semelhantes. São eles:
Bloco 1: Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência Social)
Bloco 2: Cultura e Educação
Bloco 3: Ciências, Dados e Tecnologia
Bloco 4: Engenharias e Arquitetura
Bloco 5: Administração
Bloco 6: Desenvolvimento Socioeconômico
Bloco 7: Justiça e Defesa
Bloco 8: Intermediário – Saúde
Bloco 9: Intermediário – Regulação
Esse formato permite que o candidato concorra a várias vagas dentro de um mesmo bloco, com apenas uma inscrição.
Embora a maior parte das vagas esteja concentrada em órgãos com sede em Brasília (DF), também há postos disponíveis em diversos estados do país.
💰 Salários
Os salários iniciais no CNU 2025 variam de R$ 4 mil a R$ 16 mil, dependendo do cargo e do nível de escolaridade exigido.
Consulte as remunerações iniciais previstas na tabela abaixo.
🖱️ Como vai funcionar a inscrição?
O candidato fará uma única inscrição e poderá escolher os blocos e cargos de sua preferência. A disputa pelas vagas ocorre dentro do bloco temático selecionado.
As inscrições começam no dia 2 de julho e vão até 20 de julho, e devem ser feitas por meio da página do candidato.
Os interessados devem acessar o site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca organizadora do concurso.
A taxa de inscrição é de R$ 70. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde, inscritos no CadÚnico, além de beneficiários do PROUNI e FIES, podem solicitar isenção da taxa.
O prazo para solicitar a isenção da taxa de inscrição vai de 2 a 8 de julho.
🧮 Política de cotas
A nova edição estabelece regras mais rigorosas para assegurar a reserva de vagas destinadas a pessoas negras, indígenas, com deficiência e a candidatos quilombolas.
De acordo com o governo, a iniciativa reforça o compromisso com a promoção da equidade no acesso ao serviço público federal.
Com isso, a distribuição das cotas ficou definida da seguinte maneira:
25% para pessoas negras;
3% para pessoas indígenas;
2% para pessoas quilombolas;
5% para pessoas com deficiência (PcD).
Nos casos em que o número de vagas é inferior ao mínimo exigido para aplicação das cotas, o MGI realizou um sorteio para definir a reserva proporcional, conforme previsto na norma.
♀️ Reserva de vagas para mulheres na 2ª fase
Outro ponto de destaque é a adoção de uma ação afirmativa inédita voltada às mulheres: caso o percentual de candidatas classificadas para a segunda fase do concurso seja inferior a 50%, será feita uma equiparação para promover maior equilíbrio de gênero nessa etapa.
"Não é uma reserva de vaga para mulheres, como é o caso de pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. Mas vamos fazer uma equiparação do percentual de mulheres que passam da primeira para a segunda etapa", diz a ministra da Gestão, Esther Dweck.
🔎 Na primeira edição do CNU, aproximadamente 63% dos aprovados eram homens e 37% mulheres. Esse resultado foi o oposto da proporção entre os inscritos confirmados, composta por 56% de mulheres e 44% de homens.
📝 Como serão as provas?
A prova objetiva será aplicada em 5 de outubro de 2025. Ela será composta por uma parte com questões comuns a todos os candidatos (como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades) e outra com perguntas específicas, conforme o bloco temático escolhido.
A prova discursiva será aplicada em 7 de dezembro de 2025, exclusivamente para os candidatos aprovados na primeira fase. O conteúdo e o formato da redação variarão de acordo com a área de atuação.
▶️ PROVA OBJETIVA
A prova objetiva será de múltipla escolha, com cinco alternativas e apenas uma correta. A quantidade de questões varia conforme o nível do cargo:
Nível Superior: 90 questões no total, sendo 30 de conhecimentos gerais e 60 de conhecimentos específicos.
Nível Intermediário: 68 questões, com 20 de conhecimentos gerais e 48 de conhecimentos específicos.
▶️ PROVA DISCURSIVA
Na etapa discursiva, os candidatos deverão elaborar textos conforme o nível de escolaridade exigido para o cargo:
Nível Superior: 2 questões discursivas, com aplicação das 13h às 16h.
Nível Intermediário: 1 redação dissertativa-argumentativa, das 13h às 15h.
O tempo de prova também é diferente:
Nível Superior: das 13h às 18h (5 horas de duração).
Nível Intermediário: das 13h às 16h30 (3h30 de duração).
📆 Confira o cronograma oficial
Inscrições: de 2 a 20/7/2025 (com pagamento até 21/7)
Solicitação de isenção da taxa de inscrição: de 2 a 8/7/2025
Prova objetiva: 5/10/2025, das 13h às 18h
Convocação para prova discursiva: 12/11/2025
Convocação para confirmação de cotas e PcD: 12/11/2025
Envio de títulos: de 13 a 19/11/2025
Prova discursiva (para habilitados na 1ª fase): 7/12/2025
Procedimentos de confirmação de cotas: de 8 a 17/12/2025
Divulgação da 1ª lista de classificação: 30/1/2026
Segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU)
Ministério da Gestão e Inovação
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